terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Palavras cintilantes



O brilho desta estrela custou a chegar. De facto foi já há mais de um mês que vi este filme e confesso que, na altura, o achei um pouco monótono (apesar da presença de uma face tão bela quanto a do actor Ben Whishaw).

A história, baseada na vida do poeta inglês John Keats, é a do amor romântico que viveu com Fanny Brawne e que a sua morte, devido à tuberculose, interrompeu.

Jane Campion, a realizadora, gosta de dar às mulheres dos seus filmes uma força que, provavelmente, na vida real, elas não teriam. Esta Fanny é também, apesar de muito jovem, uma mulher inteligente e determinada que sabe que não vale a pena viver se não se viver intensamente. E essa intensidade é adquirida através da poesia, das palavras que aproximam as pessoas, que traduzem sentimentos, que nos ensinam sempre mais sobre nós próprios. É essa intensidade que as palavras nos transmitem, que este filme nos sugere. Isto, a par da descoberta da poesia de Keats, que não conhecia bem, fez-me reconhecer a sua beleza.

[Por curiosidade li algures que Quentin Tarantino gostou tanto dele que fez questão de escrever uma carta a Jane Campion a dizer-lhe isso mesmo].

Sem comentários:

Enviar um comentário