segunda-feira, 30 de setembro de 2013

As eleições na minha terra II

Votei por volta das 16.30. Os cadernos eleitorais tinham poucos nomes assinalados como tendo votado. Na página onde o meu nome estava só mais um eleitor tinha estado ali. 
Mesmo descontando a falta de actualização dos cadernos eleitorais o que é facto é que na "minha" freguesia a abstenção foi de 55,23 %.
Quanto a eleitos, à noite, vi na televisão o presidente de câmara vencedor, de mão no peito, agradecer ao seu mentor que se encontrava, provavelmente, a ver televisão e a fumar um charuto para comemorar a sua influência junto de eleitores que pensam que para ter um concelho bem posicionado nas estatísticas vale tudo. Aliás parece que alguns votantes em Isaltino, perdão, em Paulo Vistas fizeram mais: foram à própria Carregueira mostrar que estão com ele. Quanto ao próprio Vistas deve ir hoje à hora da visita prestar vassalagem. Isaltino não estará na Assembleia Municipal mas na Câmara a sua presença continuará a fazer-se sentir. Mais uma vez e tal como há 4 anos não posso deixar de me sentir triste…

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

As eleições na minha terra I

Um dia destes ouvi, num programa em que se falava das eleições autárquicas, a jornalista perguntar a um dos comentadores como era possível que, num concelho com níveis de instrução dos mais altos do país, estivesse à frente das sondagens, um movimento ligado a Isaltino Morais que ostenta, com orgulho, aquele nome na sua designação. O comentador só respondeu que assim se vê a pouca relevância dessas questões em situações destas. Quando Isaltino ganhou há 4 anos já essa questão se colocava. Na altura escrevi isto. Agora, que o ex-presidente se encontra a cumprir pena de prisão por crimes cometidos enquanto presidente, a perspectiva é a mesma.
Enquanto os candidatos dos partidos com menos hipóteses são praticamente invisíveis (foi graças à TSF e a pesquisas na internet que soube quem eram), os principais candidatos (e aqui penso nos do IOMAF, PSD e PS) vão produzindo materiais de campanha que ou não dizem nada ou destacam promessas que estão completamente fora da alçada das suas competências. 
Os que se apresentam com mais vantagem nas sondagens (Paulo Vistas e Moita Flores) das impugnações passaram aos actos e às palavras menos claras. As, agora tão em voga, arruadas têm que ter cautelas extra e os meios autárquicos servem de meios de propaganda. As redes sociais servem também propósitos pouco dignificantes (há por exemplo uma página de facebook cuja designação já permite perceber o nível de debate que ali se faz) e em nada contribuem para o esclarecimento das dúvidas dos que no domingo vão votar.
A verdade é que, em relação às propostas apresentadas, estes dois pouco diferem.O próprio Moita Flores o diz...
Talvez pudéssemos pensar que, numa conjuntura destas, o beneficiado fosse o PS mas aquele partido não investiu numa escolha consistente com a vontade de ganhar pois, mesmo não duvidando das capacidades de Marcos Sá, o seu nome pouco diz aos oeirenses.
Num cenário destes, no domingo lá irei entregar três papéis à mesa de voto, com algumas certezas relativamente aos quadrados que não irei preencher e muitas dúvidas em relação aos que preencherei. Vamos ver se não fica nada em branco... 
Já o meu pai, que tem actualmente 78 anos, e não conseguindo desligar estas três eleições da situação mais global do país, pondera agora, pela primeira vez desde que lhe é permitido votar, ser um dos que vai engrossar a abstenção. Como ele poderão ser muitos o que, pelo motivo que é (a percepção da incapacidade de mudar para melhor) me entristece muito. 

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Intercâmbio sem intercâmbio

- Mãe, hoje os alunos de uma das turmas do 11.º ano lá da escola foram almoçar com uns estudantes de uma escola dinamarquesa. É daquelas coisas dos intercâmbios.
Faz uma pausa e acrescenta:
- Mas a turma de cá não vai lá! Não há dinheiro...

C., 15 anos

Os bibes

Cor-de-rosa, amarelo, azul, cor-de-rosa, azul, verde. Estão colocados por esta ordem, certamente há muito tempo, na porta da loja que serve também de montra. Desbotados e com aspecto um pouco sujo já ninguém os compra. Lá dentro o empregado, com ar cansado e esperando os clientes que há muito deixaram de entrar, olha o bulício da rua.