Nunca soube o teu nome. Entraste numa tarde,
por engano, a perguntar se eu era outra pessoa -
um sol que de repente acrescentava cal aos muros,
um incêndio capaz de devorar o coração do mundo.
Não te menti; levantei-me e fui levar-te à porta certa
como um veleiro arrasta os sonhos para o mar; mas,
antes de te deixar, disse-te ainda que nessa tarde
bem teria gostado de chamar-me outra coisa - ou
de ser gato, para poder ter mais do que uma vida.
(Os Nomes Inúteis)
in Maria do Rosário Pedreira, Nenhum Nome Depois, Lisboa, Gótica, 2005, p. 13
:). "A vida passa sempre aquém do possível" (Modesto Navarro)
ResponderEliminar:) Muito bonito este poema. beijinho
ResponderEliminarE por vezes longe de mais, António. :)
ResponderEliminarMuito bonito, sim, Eva. Como quase todos os do livro.
ResponderEliminarObrigado mais uma vez. Bj
ResponderEliminar:) Um beijo para ti, António. Bom fim de semana!
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