Mas pouca, nesta crítica da crítica de pacheco pereira, o "ortinobronco", - aqui achei piada! :)
Gostei de ver o Pacheco Pereira votar contra todas as propostas dos casamentos, divórcios e adopções gay em Portugal!
Aceito o respeito pela privacidade dos cidadãos e, justamente por isso, é que só compreendo o casamento enquanto contrato de interesse e publicidade cívica, por ser união favorável à procriação e constituição da família. Os outros elos de afecto entre cidadãos não vejo qual o interesse social de os condicionar por quaisquer leis! Nem sequer percebo as uniões de facto! Se querem outra coisa, porque não se casam!? Até o podem fazer com separação de patrimónios, se o preferirem. Quanto aos homossexuais, irá ser um nojo vê-los aos beijos nas ruas. Brrggg Pode ser que suceda como na Califórnia, onde se voltou a proibir o aborto dos gays a casarem-se!
Escrevo isto porque não quero deixar a impressão de concordar, pelo silêncio, com a estupidez dos 'casamentos' homossexuais!
Vasco: pelo que eu já disse aqui já deve ter percebido que discordo, quase totalmente, da sua posição relativamente a este assunto. Mais tarde explicarei.
Eu quis dizer a minha posição mas que fico claro que respeito as pessoas como tais e enquanto pensam ou opinam de modo diferente do meu. Só que, justamente, é meu direito dizer que isto, aquilo ou aqueloutro é de destituir pela boa razão A, B ou C. É o caso do 'casamento' 'gay'. Só a protecção familiar das crianças e jovens em crescimento e educação merece o co-interesse social do reconhecimento dos casamentos heterossexuais.
Todas as outras relações de afecto são respeitáveis mas interpessoais.
Eu ao Bruno Nogueira achei piada no programa humorístico da RTP1 e que, ó calamidade, me escapa agora o nome ... vergonha! Já na TSF, quando ele abre o bico, confesso, mudo para a ANTENA 3. Quanto ao Pacheco Pereira, desde que começou a ficar barrigudo parece que emburricou! :)
Ferreira-Pinto: pois eu sou fã do Bruno Nogueira, nos Contemporâneos ou no Tubo de Ensaio. Pela manhã não perco. Os textos, nem todos dele, são muito bons. Gosto principalmente do facto de fazer humor com tudo, mesmo com os temas que são normalmente "tabu". Ao Pacheco Pereira reconheço qualidades, claro. Mas ultimamente elas têm vindo a ser toldadas por posições um pouco irreflectidas, para não dizer pior...
Bem, Vasco, então vamos lá: Pacheco Pereira tem todo o direito de votar como bem entende e tem todo o direito de apresentar as suas razões, mesmo que elas sejam destituídas de razoabilidade. Aquilo que dizes em relação ao casamento só é válido em 50 %. Ele é, de facto, um contrato de interesse e regula as relações entre duas pessoas através de mecanismos legais que visam a protecção daquilo que se designa normalmente como a célula base da sociedade: a família. Já a procriação parece-me não ser um objectivo em si. Muitos casais heterossexuais decidem casar sabendo, à partida, que não desejam ter filhos. Actualmente a célula família, como sabemos, apresenta múltiplas hipóteses de combinação e a família tradicional tem tendência a ter cada vez menos peso. E não podemos dizer à partida, que toda a sociedade irá ser posta em causa por esta razão. Tem-se vindo a provar que existe uma capacidade de transformação enorme, face às alterações mais recentes. Tenho a opinião que não é o casamento que faz a diferença. Aliás tenho quase a certeza que o número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo, quando for possível a sua concretização, não será significativo, ou talvez seja, de início, contando com todos os que esperavam essa hipótese; mas depois deixará de o ser. A única coisa que faz sentido é que a possibilidade exista e que quem vive em comunhão de mesa e habitação, há muitos anos ou há poucos, ou nunca tenha vivido em conjunto com alguém, mesmo que seja do mesmo sexo, possa, em termos legais, ter acesso aos mesmos direitos que qualquer outro casal.
(Cont.)Quanto às crianças e à possibilidade de adopção por casais homossexuais, não vejo qual a razão de não se poder fazê-lo. Em Portugal a adopção é bastante difícil e rigorosa e, tal como em outras situações, “cada caso é um caso”. Só a análise de cada situação particular poderá resultar na adopção de uma criança por parte seja de quem for. Claro que tudo isto pode ser discutido. Eu penso até que o referendo poderia ser uma óptima ocasião para se debater uma questão que, pelos vistos, para muitas pessoas, não está bem resolvida e suscita muitas dúvidas. Quanto a tudo o resto que dizes, sinto-me até desiludida com o que li. Já não falo em termos históricos, de épocas em que a homossexualidade era aceite e até positivamente discriminada ou ao contrário, de outras em que as perseguições e a morte eram a consequência para quem amava alguém do mesmo sexo. Falo da situação actual. Como eu disse, a propósito da aprovação desta lei, parece-me que a questão do casamento é uma questão menor face à dificuldade em aceitar, ainda hoje, que o amor e a paixão possam existir entre pessoas do mesmo sexo. E as tuas palavras demonstram isso mesmo. “Os maricas da tua terra e da tua geração eram discretos, respeitáveis e não exibicionistas” porque a isso eram obrigados. Eu não gosto de faltas de discrição ou de exibicionismo em quase nenhuma circunstância, sejam entre casais homossexuais ou heterossexuais. Mas sei que, no primeiro caso, muitas vezes, é exactamente a necessidade de chocar, tornando visível uma situação que se quer pôr a descoberto, que leva a comportamentos mais óbvios e que nos constrangem. Mas, Vasco, a demonstração de carinho em público nunca me chocará ou enojará. São os outros comportamentos, de agressividade, de ódio, que me causam essas reacções. A primeira vez que assisti a essas demonstrações foi em Barcelona, em 1988, e lembro-me que fiquei surpreendida pelo à vontade com que elas aconteciam em público mas muito contente por perceber que as mudanças estavam mesmo a acontecer. Hoje em dia, também por cá já muitos casais homossexuais não se coíbem de demonstrar publicamente o seu afecto, a sua relação. Provavelmente, nos meios onde circulo isso será mais notório e por isso é uma coisa normal para mim. Exagera-se por vezes, sim. Mas porque se quer fazer valer um direito que até há bem pouco tempo era reprimido, tal como acontecia há umas décadas atrás, entre uma mulher e um homem. É interessante percebermos que, hoje em dia, até na vida das crianças, a homossexualidade é já uma situação vivida e discutida sem vergonhas ou grandes tabus. Acho que me alonguei mas queria deixar claro que eu não sou a favor do casamento. Sou a favor, sim, da igualdade. E se o casamento deixou de ter, de uma forma geral, com o tempo, um propósito meramente económico e passou a ser mais válida a situação de “casar por amor” não vejo porque não se possa realizar, sejam quais forem os sexos envolvidos.
Bem, eu já declarei que respeito as pessoas, e considero que a sua privacidade deve ser respeitada pelos outros.
Quanto ao reconhecimento social e institucional de relações privadas só o considero valioso se nisso houver interesse colectivo, utilidade para o bem comum.
É fundadamente o caso do acasalamento com procriação, sustentação e educação familiar dos filhos.
Não vejo esse interesse social nem na amizade, nem na camaradagem, nem no afecto homo-sexuado.
Isto posto, não se infira que valorize o casamento e a família para lá de dados limites!
Por exemplo, acho que as mães tendem a ser um atraso de vida no desenvolvimento dos homens; constato que os pais nem sempre são os melhores educadores; considero que um casamento não deve subsistir sem o amor do casal, haja ou não filhos, i.e., não aceito o casamento sem o direito ao divórcio; aprovo que haja liberdade de convenção patrimonial nos casamentos; etc.
Quanto a uniões sexuais de indivíduos do mesmo sexo não vejo nenhum interesse ou valor social a dever ser protegido e o argumento da igualdade não colhe em tratar igual o que é desigual.
Eu, homossexual assumido, sem tiques ou outras subtilezas de género, também não sou um defensor do casamento, seja ele qual for. Todavia, como pago impostos como os heterossexuais exijo ter os mesmos direitos e não ser um cidadão de segunda. Para mim, que vivo há mais de 27 anos com outro homem, a questão também se coloca no direito à transmissão de bens. Só consciencializei a necessidade efectiva de me casar quando, há anos atrás, fomos enquanto casal, fazer o nosso testamento. Aí fui confrontado com a realidade. É que, do ponto de vista legal, nada do que existe na nossa casa é meu, porque a casa está em nome do meu companheiro. Como ele ainda tem o pai vivo, só poderei herdar a terça parte dos bens comuns, mesmo que grande parte do recheio tenha sido comprado por mim ou seja meu por herança familiar. Assim, caro desconhecido, e dirijo-me a "vbm", se para si a questão se reduz ao nojo de ver maricas a beijarem-se na via pública, a mim, que não me repugna ver heterosexuais a fazê-lo, como deve ter percebido a coisa é muito mais importante que isso. Talvez porque desde sempre tenha intuido a diversidade do mundo e aprendido a respeitá-la.
Vasco: agora lembrei-me do slogan "todos diferentes, todos iguais". É exactamente por não haver uma igualdade aceite por todos que se torna imprescindível fazer leis que a promovam naquilo que é ainda discriminatório para alguns.
António: obrigada por dares o teu exemplo. Essa questão do direito à transmissão de bens é uma das situações que se colocam. Haverá mais. Tal como disse não sei se serão motivos suficientes para levarem as pessoas a casar. Mas, pelo menos, podem pensar nessa hipótese e é isso que marca a diferença.
eu compreendo as questões patrimoniais que podem tornar-se legalmente insolúveis se não houver uma revisão séria e coerente das leis de propriedade e sua transmissão.
Note-se que historicamente foi o direito civil napoleónico que obrigou a liberdade testamentária a contemplar obrigatoriamente a família - só um terço dos bens é disponível para livre doação extra-familiar - e, salente-se que isto foi assim decidido para acabar com o locupletamento da Igreja com os bens dos doentes terminais que tudo lhe doavam para «não irem para o inferno»! :)
Justamente, a ideia napoleónica é defender a família contra a alteridade de múltiplos outros interesses, religiosos, feudais, militares ou de puro esbulho de vígaros.
Eu não queria deixar a impressão de não respeitar a consciência, a liberdade e a privacidade de cada um; o que me enoja nos maricas é serem abichanados, exibicionistas e indiscretos e não se se comportarem com hombridade, respeito e modéstia - no sentido de lhes dar desprazer escandalizarem os outros.
Poderia falar mais longamente sobre o que defendo e valorizo e exemplificar o que respeito e não respeito quer no afecto heterossexual quer na camaradagem ou amizade sem ou com homossexualidade, mas não é cómodo fazê-lo neste tipo de interface comunicacional.
Fui ouvi-lo! :)
ResponderEliminarEle tem graça.
Mas pouca, nesta crítica
da crítica de pacheco pereira,
o "ortinobronco", - aqui achei piada! :)
Gostei de ver o Pacheco Pereira
votar contra todas as propostas
dos casamentos, divórcios e
adopções gay em Portugal!
Aceito o respeito pela
privacidade dos cidadãos
e, justamente por isso,
é que só compreendo
o casamento enquanto
contrato de interesse
e publicidade cívica,
por ser união favorável
à procriação e constituição
da família. Os outros elos
de afecto entre cidadãos
não vejo qual o interesse
social de os condicionar
por quaisquer leis! Nem
sequer percebo as uniões
de facto! Se querem outra
coisa, porque não se casam!?
Até o podem fazer com separação
de patrimónios, se o preferirem.
Quanto aos homossexuais, irá ser
um nojo vê-los aos beijos nas ruas.
Brrggg Pode ser que suceda
como na Califórnia, onde
se voltou a proibir
o aborto dos gays
a casarem-se!
Escrevo isto
porque não quero deixar
a impressão de concordar,
pelo silêncio, com a estupidez
dos 'casamentos' homossexuais!
Vasco: pelo que eu já disse aqui já deve ter percebido que discordo, quase totalmente, da sua posição relativamente a este assunto. Mais tarde explicarei.
ResponderEliminarEu quis dizer a minha posição
ResponderEliminarmas que fico claro que respeito
as pessoas como tais e enquanto
pensam ou opinam de modo diferente
do meu. Só que, justamente, é meu direito
dizer que isto, aquilo ou aqueloutro é de
destituir pela boa razão A, B ou C.
É o caso do 'casamento' 'gay'.
Só a protecção familiar
das crianças e jovens
em crescimento e
educação merece
o co-interesse
social do
reconhecimento
dos casamentos
heterossexuais.
Todas as outras relações de afecto
são respeitáveis mas interpessoais.
Vasco: agora reparei que, de forma inconsciente, te tratei por você. Tem graça, sobretudo por ser a primeira vez que discordamos tão frontalmente. :)
ResponderEliminar:) Não fiques zangada comigo :)
ResponderEliminarNão é caso para 'divórcio'!
Só não gosto de 'ver tipos aos beijos'!
É o que me choca e enoja.
Todos os maricas da minha terra
(Porto) e da minha geração (60's)
eram discretos, respeitáveis
e não exibicionistas.
Eu ao Bruno Nogueira achei piada no programa humorístico da RTP1 e que, ó calamidade, me escapa agora o nome ... vergonha! Já na TSF, quando ele abre o bico, confesso, mudo para a ANTENA 3.
ResponderEliminarQuanto ao Pacheco Pereira, desde que começou a ficar barrigudo parece que emburricou! :)
Ferreira-Pinto: pois eu sou fã do Bruno Nogueira, nos Contemporâneos ou no Tubo de Ensaio. Pela manhã não perco. Os textos, nem todos dele, são muito bons. Gosto principalmente do facto de fazer humor com tudo, mesmo com os temas que são normalmente "tabu". Ao Pacheco Pereira reconheço qualidades, claro. Mas ultimamente elas têm vindo a ser toldadas por posições um pouco irreflectidas, para não dizer pior...
ResponderEliminarBem, Vasco, então vamos lá: Pacheco Pereira tem todo o direito de votar como bem entende e tem todo o direito de apresentar as suas razões, mesmo que elas sejam destituídas de razoabilidade.
ResponderEliminarAquilo que dizes em relação ao casamento só é válido em 50 %. Ele é, de facto, um contrato de interesse e regula as relações entre duas pessoas através de mecanismos legais que visam a protecção daquilo que se designa normalmente como a célula base da sociedade: a família. Já a procriação parece-me não ser um objectivo em si. Muitos casais heterossexuais decidem casar sabendo, à partida, que não desejam ter filhos.
Actualmente a célula família, como sabemos, apresenta múltiplas hipóteses de combinação e a família tradicional tem tendência a ter cada vez menos peso. E não podemos dizer à partida, que toda a sociedade irá ser posta em causa por esta razão. Tem-se vindo a provar que existe uma capacidade de transformação enorme, face às alterações mais recentes.
Tenho a opinião que não é o casamento que faz a diferença. Aliás tenho quase a certeza que o número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo, quando for possível a sua concretização, não será significativo, ou talvez seja, de início, contando com todos os que esperavam essa hipótese; mas depois deixará de o ser. A única coisa que faz sentido é que a possibilidade exista e que quem vive em comunhão de mesa e habitação, há muitos anos ou há poucos, ou nunca tenha vivido em conjunto com alguém, mesmo que seja do mesmo sexo, possa, em termos legais, ter acesso aos mesmos direitos que qualquer outro casal.
(Cont.)Quanto às crianças e à possibilidade de adopção por casais homossexuais, não vejo qual a razão de não se poder fazê-lo. Em Portugal a adopção é bastante difícil e rigorosa e, tal como em outras situações, “cada caso é um caso”. Só a análise de cada situação particular poderá resultar na adopção de uma criança por parte seja de quem for.
ResponderEliminarClaro que tudo isto pode ser discutido. Eu penso até que o referendo poderia ser uma óptima ocasião para se debater uma questão que, pelos vistos, para muitas pessoas, não está bem resolvida e suscita muitas dúvidas.
Quanto a tudo o resto que dizes, sinto-me até desiludida com o que li. Já não falo em termos históricos, de épocas em que a homossexualidade era aceite e até positivamente discriminada ou ao contrário, de outras em que as perseguições e a morte eram a consequência para quem amava alguém do mesmo sexo. Falo da situação actual. Como eu disse, a propósito da aprovação desta lei, parece-me que a questão do casamento é uma questão menor face à dificuldade em aceitar, ainda hoje, que o amor e a paixão possam existir entre pessoas do mesmo sexo. E as tuas palavras demonstram isso mesmo. “Os maricas da tua terra e da tua geração eram discretos, respeitáveis e não exibicionistas” porque a isso eram obrigados. Eu não gosto de faltas de discrição ou de exibicionismo em quase nenhuma circunstância, sejam entre casais homossexuais ou heterossexuais. Mas sei que, no primeiro caso, muitas vezes, é exactamente a necessidade de chocar, tornando visível uma situação que se quer pôr a descoberto, que leva a comportamentos mais óbvios e que nos constrangem. Mas, Vasco, a demonstração de carinho em público nunca me chocará ou enojará. São os outros comportamentos, de agressividade, de ódio, que me causam essas reacções.
A primeira vez que assisti a essas demonstrações foi em Barcelona, em 1988, e lembro-me que fiquei surpreendida pelo à vontade com que elas aconteciam em público mas muito contente por perceber que as mudanças estavam mesmo a acontecer. Hoje em dia, também por cá já muitos casais homossexuais não se coíbem de demonstrar publicamente o seu afecto, a sua relação. Provavelmente, nos meios onde circulo isso será mais notório e por isso é uma coisa normal para mim. Exagera-se por vezes, sim. Mas porque se quer fazer valer um direito que até há bem pouco tempo era reprimido, tal como acontecia há umas décadas atrás, entre uma mulher e um homem. É interessante percebermos que, hoje em dia, até na vida das crianças, a homossexualidade é já uma situação vivida e discutida sem vergonhas ou grandes tabus.
Acho que me alonguei mas queria deixar claro que eu não sou a favor do casamento. Sou a favor, sim, da igualdade. E se o casamento deixou de ter, de uma forma geral, com o tempo, um propósito meramente económico e passou a ser mais válida a situação de “casar por amor” não vejo porque não se possa realizar, sejam quais forem os sexos envolvidos.
Bem, eu já declarei que respeito as pessoas, e considero que a sua privacidade deve ser respeitada pelos outros.
ResponderEliminarQuanto ao reconhecimento social e institucional de relações privadas só o considero valioso se nisso houver interesse colectivo, utilidade para o bem comum.
É fundadamente o caso do acasalamento com procriação, sustentação e educação familiar dos filhos.
Não vejo esse interesse social nem na amizade, nem na camaradagem, nem no afecto homo-sexuado.
Isto posto, não se infira que valorize o casamento e a família para lá de dados limites!
Por exemplo, acho que as mães tendem a ser um atraso de vida no desenvolvimento dos homens; constato que os pais nem sempre são os melhores educadores; considero que um casamento não deve subsistir sem o amor do casal, haja ou não filhos, i.e., não aceito o casamento sem o direito ao divórcio; aprovo que haja liberdade de convenção patrimonial nos casamentos; etc.
Quanto a uniões sexuais de indivíduos do mesmo sexo não vejo nenhum interesse ou valor social a dever ser protegido e o argumento da igualdade não colhe em tratar igual o que é desigual.
Eu, homossexual assumido, sem tiques ou outras subtilezas de género, também não sou um defensor do casamento, seja ele qual for. Todavia, como pago impostos como os heterossexuais exijo ter os mesmos direitos e não ser um cidadão de segunda. Para mim, que vivo há mais de 27 anos com outro homem, a questão também se coloca no direito à transmissão de bens. Só consciencializei a necessidade efectiva de me casar quando, há anos atrás, fomos enquanto casal, fazer o nosso testamento. Aí fui confrontado com a realidade. É que, do ponto de vista legal, nada do que existe na nossa casa é meu, porque a casa está em nome do meu companheiro. Como ele ainda tem o pai vivo, só poderei herdar a terça parte dos bens comuns, mesmo que grande parte do recheio tenha sido comprado por mim ou seja meu por herança familiar. Assim, caro desconhecido, e dirijo-me a "vbm", se para si a questão se reduz ao nojo de ver maricas a beijarem-se na via pública, a mim, que não me repugna ver heterosexuais a fazê-lo, como deve ter percebido a coisa é muito mais importante que isso. Talvez porque desde sempre tenha intuido a diversidade do mundo e aprendido a respeitá-la.
ResponderEliminarVasco: agora lembrei-me do slogan "todos diferentes, todos iguais". É exactamente por não haver uma igualdade aceite por todos que se torna imprescindível fazer leis que a promovam naquilo que é ainda discriminatório para alguns.
ResponderEliminarAntónio: obrigada por dares o teu exemplo. Essa questão do direito à transmissão de bens é uma das situações que se colocam. Haverá mais. Tal como disse não sei se serão motivos suficientes para levarem as pessoas a casar. Mas, pelo menos, podem pensar nessa hipótese e é isso que marca a diferença.
ResponderEliminarantónio e analima,
ResponderEliminareu compreendo as questões patrimoniais que podem tornar-se legalmente insolúveis se não houver uma revisão séria e coerente das leis de propriedade e sua transmissão.
Note-se que historicamente foi o direito civil napoleónico que obrigou a liberdade testamentária a contemplar obrigatoriamente a família - só um terço dos bens é disponível para livre doação extra-familiar - e, salente-se que isto foi assim decidido para acabar com o locupletamento da Igreja com os bens dos doentes terminais que tudo lhe doavam para «não irem para o inferno»! :)
Justamente, a ideia napoleónica é defender a família contra a alteridade de múltiplos outros interesses, religiosos, feudais, militares ou de puro esbulho de vígaros.
Eu não queria deixar a impressão de não respeitar a consciência, a liberdade e a privacidade de cada um; o que me enoja nos maricas é serem abichanados, exibicionistas e indiscretos e não se se comportarem com hombridade, respeito e modéstia - no sentido de lhes dar desprazer escandalizarem os outros.
Poderia falar mais longamente sobre o que defendo e valorizo e exemplificar o que respeito e não respeito quer no afecto heterossexual quer na camaradagem ou amizade sem ou com homossexualidade, mas não é cómodo fazê-lo neste tipo de interface comunicacional.
Abraço,
a ambos :),
Vasco
Um abraço, Vasco. :)
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