quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Mais uma linha encerrada

Fiz uma única viagem nesta linha, entre Faro e o Barreiro, há 20 anos, no Verão de 1989. Viagem de que ainda hoje recordo alguns agradáveis pormenores. Mas há muitas pessoas que irão recordar muitos mais.
A realidade é que, tal como diz a CP que, não há muito tempo, tinha investido nela, em termos de modernização, não é viável a exploração de uma linha que apresenta um número inferior a 1 passageiro por comboio, na totalidade da ligação (eram as ligações para estações intermédias que tinham mais passageiros). A auto-estrada para o Algarve pode ser apontada como a grande culpada. Mas esta nossa forma de eleger o automóvel como rei e senhor de todas as deslocações também.
Um filme da passagem deste comboio pela estação do Lavradio pode ser visto aqui (obrigada Rui Ribeiro).

4 comentários:

  1. Lenta e paulatinamente vamos matando a ferrovia.
    A culpa não é só da CP mais a REFER, mas que as suas obtusas escolhas quanto a horários, por exemplo, ajudam, lá isso ajudam.

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  2. Mais uma linha encerrada e eu lamento bastante, porque é o meu meio de transporte preferido. Dá para ver a paisagem calmamente, para ler, para conversar...faço uma certa associação romântica ao combóio. Seria muito melhor para o país, preferir o combóio ao automóvel, porque chapas volantes nas estradas em linha compacta dão cabo da paisagem, mas enfim há pessoas que gostam mais do carrinho do que da sua casa!...
    E com o TGV? Também vai dar prejuízo com certeza, mas claro nós temos que estar entre os primeiros, tesos, mas na crista da onda!...
    Manuela

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  3. Ferreira-Pinto: as empresas que exploram os Caminhos de Ferro têm de certeza muitas culpas (nestas coisas ninguém é inocente) mas quanto a mim é uma questão de mercado e o facto é que o automóvel, dono e senhor de todos os territórios, tem vindo a roubar ao comboio tantos passageiros que se torna muito complicado manter certas linhas. É claro que podemos apresentar muitos argumentos que vão no sentido de certos percursos serem transformados em recursos turísticos, por exemplo, mas também aí não há garantias de que o investimento compensasse. E, infelizmente, para situações como estas, continua a ser a economia a ditar as leis.

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  4. Manuela: também para mim o comboio é o meu meio de transporte favorito. Quanto ao TGV se a ideia de romantismo já perdeu força com a passagem do comboio a vapor para o eléctrico; então com o TGV... Mas, mais uma vez, as questões económicas parecem sobrepor-se, embora, no que a este tema diz respeito, parece ser o curto prazo o único a apresentar benefícios.

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