Neste filme o whisky não se bebe. Ele é apenas uma palavra que se pronuncia. Da mesma forma a felicidade não se vive. Ela é apenas fingida para que outros pensem que não estamos sós. Para que nós próprios pensemos que não estamos sós.
No filme não sei, porque não o vi, mas nas suas frases introdutórias rever-se-ão milhões de pessoas, pelo menos as que ainda conseguirem analisar a sua própria situação.
Bom, há quem consiga analisar a sua situação e encontrar momentos de felicidade. Mas não deixa de ser ineteressante essa ideia de fingir felicidade para iludir (outros ou nós). Quem sabe não está aí uma poderosa razão da infelicidade (da que causamos a nós próprios e aos outros). Aparentar. Eis uma estratégia que todos, de uma forma ou de outra, utilizam. E depois da queda dos essencialismos (do ser), a ideia de que não somos mais que actores em permanente representação ganhou foros de axioma. Talvez por isso, palavras como genuíno, tenham ganho outra relevância. E às vezes essa genuinidade (sinseridade se quiserem), nasce do simulacro. É, de certa forma, o que acontece em Whisky:o carácter dos personagens, escondido na rotina do dia a dia revela-se no acto do grande simulacro. A ilusão revela.
A.C.: compreendo que fingir felicidade possa ser uma "poderosa razão da infelicidade". Mas, muitas vezes, é também uma estratégia de sobrevivência, daí ser tão utilizada. De qualquer forma é um facto que, no filme, tal como na vida de todos os dias, é ao fingir que aquilo que somos e pensamos se pode dar a conhecer. Mas para isso é necessário que, do outro lado, as pessoas com quem nos relacionamos tenham empatia suficiente para o compreender, o que nem sempre acontece.
Se o filme for tão bom como a sua definição de solidão então deve ser excelente. Desejo-lhe uma boa semana de trabalho ou ,melhor ainda, uma boa semana de férias.
Uma das melhores definições de solidão que eu já li. Parabéns!
ResponderEliminar.
ResponderEliminarOlá Ana,
No filme não sei, porque não o vi, mas nas suas frases introdutórias rever-se-ão milhões de pessoas, pelo menos as que ainda conseguirem analisar a sua própria situação.
Beijinho e bom Domingo :)
Belo post!
ResponderEliminarBom, há quem consiga analisar a sua situação e encontrar momentos de felicidade. Mas não deixa de ser ineteressante essa ideia de fingir felicidade para iludir (outros ou nós). Quem sabe não está aí uma poderosa razão da infelicidade (da que causamos a nós próprios e aos outros). Aparentar. Eis uma estratégia que todos, de uma forma ou de outra, utilizam. E depois da queda dos essencialismos (do ser), a ideia de que não somos mais que actores em permanente representação ganhou foros de axioma. Talvez por isso, palavras como genuíno, tenham ganho outra relevância. E às vezes essa genuinidade (sinseridade se quiserem), nasce do simulacro. É, de certa forma, o que acontece em Whisky:o carácter dos personagens, escondido na rotina do dia a dia revela-se no acto do grande simulacro. A ilusão revela.
ResponderEliminarAgradeço os vossos comentários. É um filme interessante que vale a pena ver.
ResponderEliminarA.C.: compreendo que fingir felicidade possa ser uma "poderosa razão da infelicidade". Mas, muitas vezes, é também uma estratégia de sobrevivência, daí ser tão utilizada. De qualquer forma é um facto que, no filme, tal como na vida de todos os dias, é ao fingir que aquilo que somos e pensamos se pode dar a conhecer. Mas para isso é necessário que, do outro lado, as pessoas com quem nos relacionamos tenham empatia suficiente para o compreender, o que nem sempre acontece.
ResponderEliminarBoa Noite
ResponderEliminarSe o filme for tão bom como a sua definição de solidão então deve ser excelente. Desejo-lhe uma boa semana de trabalho ou ,melhor ainda, uma boa semana de férias.
Luis
Obrigada Luís. Regressei hoje ao trabalho depois de alguns dias de férias por isso, por enquanto, é mesmo a primeira hipótese. :)
ResponderEliminarA empatia... Essencial!
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