segunda-feira, 26 de julho de 2010

Emma, Joana e Suzanne

Em relativamente pouco tempo vi três filmes, de que muito gostei, todos com a mesma temática: a insatisfação das mulheres em casamentos aparentemente bem sucedidos mas que, proporcionando-lhes bem-estar e conforto, não as preenchem deixando de fora aquilo a que se convencionou chamar o amor.

Do primeiro e, na minha opinião, o melhor dos três, já aqui falei.

O segundo, que vi esta semana, foi uma boa surpresa. Duas Mulheres, de João Mário Grilo, com a fantástica Beatriz Batarda é um filme muito bem realizado e com momentos cheios de tensão que nos leva a acompanhar uma fase da vida de uma psiquiatra que se envolve com uma modelo, colorindo os seus dias demasiado cinzentos. Mas, ao contrário do filme de Luca Guadagnino, esse envolvimento não a leva a sair da situação opressiva do seu casamento. Aliás, o seu marido, disposto a tudo para manter as aparências, “resolve” o caso mantendo-a prisioneira de uma vida que ela não deseja mas da qual não consegue sair. Destaco também a banda sonora, muito boa e os momentos iniciais do filme com imagens de uma câmara de vigilância da A5.


Quanto ao último, Partir, de Catherine Corsini, (mais uma vez com a actriz principal a brilhar – Kristin Scott Thomas num desempenho notável) é toda a vida da protagonista que é posta em causa por uma paixão que o seu marido não está disposto a deixar desenvolver-se. Mas aqui, a Suzanne não se acomoda como a Joana de “Duas Mulheres” mesmo que essa atitude lhe possa custar a liberdade.


Caso tenham oportunidade vejam.

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