A folha de papel colada por cima da porta da entrada lembra-nos que a casa foi fundada em Fevereiro de 1956. O toldo, que sempre vi recolhido, está crestado pelo sol. As folhas de revistas, coladas nas vidraças têm já uma cor uniforme dada por anos e anos de permanência no mesmo lugar. Até há pouco tempo, a montra, parada no tempo, exibia roupas que pareciam estar lá desde o dia da inauguração. Quando por lá passava o empregado ao balcão tinha já a atitude de quem não espera sequer um cliente que, provavelmente, não chegou a entrar. E eu, que também nunca entrei na loja, agora que encerrou, sinto-lhe a falta.
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