quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A minha igreja é mais ecuménica que a tua

Numa altura em que o projecto da nova igreja do Restelo, que tanta polémica tem causado, é apresentado como remetendo para um sentido ecuménico (é pelo menos esta uma das justificações para o minarete, por exemplo) foi colocado em Algés um painel onde sobressai a imagem da nova igreja, a ser construída no local, e que, sendo embora do mesmo arquitecto, é um edifício com uma imagem bem diferente. Segundo Troufa Real, para este trabalho, a sua inspiração surgiu-lhe pela via da “arquitectura do fantástico”.




Ora se já existia o termo “macro-ecumenismo”, em que a busca da unidade se refere à própria humanidade, parece-me que terão que inventar um termo ainda mais abrangente pois, certamente, caso sejamos visitados por civilizações de outro planeta, em que a religião esteja presente, será à Igreja de Algés que se irão dirigir.

Quando as missas forem celebradas neste espaço, não sei qual será o grau, mas os encontros imediatos estão garantidos.

6 comentários:

  1. Esta imagem eu ainda não tinha visto. Como é possível?
    O seu texto, como vem sendo hábito, é excelente.
    Um abraço e bom fim-de-semana.

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  2. Mal empregado para igreja.
    Aliás, será um alvo a atingir pelos ET's, pois provavelmente julgarão tratar-se duma nave espacial inimiga ou outro engenho bélico qualquer...

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  3. Maria Josefa: obrigada mas se não fossem estas inspirações, que surgem a cada esquina, não seria possível fazer estes textos. Quanto à igreja em si acho que, mesmo assim, temos muita sorte. Já viu se o estilo adoptado pelo arquitecto fosse o mesmo da do Restelo?

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  4. cão sem raiva: provavelmente o "estilo space shuttle" terá a ver com a vontade de chegar, mais depressa, ao além.
    Acha mesmo que extraterrestres poderão querer atingir o edifício? É que eu moro não muito longe. :)

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  5. Este senhor devia dedicar-se a centros comerciais...

    Obrigado pelas palavras no 2711.

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  6. manuel: questão complexa esta mas este senhor, tal como outros arquitectos de nome reconhecido na nossa praça, deviam dedicar-se a perceber que, embora a arquitectura possa ser considerada uma arte e por isso cada artista possa imprimir o seu cunho pessoal na obra que faz, pela dimensão do próprio objecto que projectam, não podem esquecer nem a sua inserção na envolvente, nem o uso, nem os futuros utilizadores do espaço. E parece que, por vezes, é isso que acontece.
    Em relação ao 2711 as palavras foram sentidas por isso obrigada eu.

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