O Amor e a Loucura
Brincavam uma tarde, alegremente,
Loucura e Amor, quando êste se zangou.
Um dito puxou outro mais ardente,
E Amor levou um murro que o cegou...
Vénus, que amava o filho loucamente,
Cega, tambêm, de muita dor ficou.
Foi ter com Júpiter, o deus potente,
E parte carregada apresentou.
Sensível ao queixume maternal,
Júpiter reùniu o tribunal.
Tal crime impunha o máximo rigor.
E confirmado, pôsto bem a limpo,
Sentenciou o código do Olimpo
Que a Loucura guiasse o cego Amor...
Matias Lima
in La Fontaine Fábulas (escolhidas) edição organizada por Matias Lima, Livraria Chardron de Lello & Irmão, Porto, p. 153
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