quarta-feira, 19 de maio de 2010

Uma ajudinha a Santo António

Combater a rotina do casamento que aí vem. Foi esse, segundo li nos jornais, o principal objectivo da realização de um "workshop de sedução" oferecido às noivas seleccionadas para participarem na edição deste ano dos casamentos de Santo António. De entre as várias ideias apresentadas às felizes contempladas, dois exemplos: "envie-lhe uma caixa vazia para o trabalho e diga que é isso que terá vestido por baixo da roupa, ou seja, nada"; "se ele não se dedicar às tarefas domésticas, de manhã encoste-o à parede, desabotoe um botão da camisa, mostre o decote e diga-lhe que se estender a roupa terá uma surpresa agradável à noite".

Santo António certamente aprovaria esta inovação. Afinal tudo se faz em nome da tentativa de manter a chama acesa.

Registe-se que, de acordo com os organizadores, os noivos já não precisam aprender nada nesta matéria.

6 comentários:

  1. E ainda há quem alinhe neste circo! Tudo isto é um bocadinho parolo e um tanto deprimente. Ao nível do presidente da República que temos.
    Um país triste com tanta gente fantástica, como se as elites políticas fizessem parte doutro mundo, o povão de que se servem fizesse parte de outro (ou será do mesmo?)e por aí fora. Bah! Não há dias perfeitos que aguentem.

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  2. Quem são os organizadores? Essa coisa dos casamentos de Santo António é organizada pela Câmara de Lisboa? É que se é... a sugestão da caixa vazia ganha outra dimensão.

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  3. Deprimente parece-me a palavra certa, António.

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  4. ... :) Sim, Carlos. Depois de alguns anos de interrupção, a CM Lisboa decidiu retomar esta iniciativa surgida nos anos 50 do século passado. Mas algumas alterações foram feitas. Foi introduzida, por exemplo, a possibilidade de se realizarem casamentos apenas civis. E pelos vistos, todos os anos há novidades :)

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  5. A crise está a impor imensos cortes e sacrifícios. Mas os especialistas afirmam repetidamente que se trata de uma solução pontual e superficial e que não resolve os problemas financeiros do nosso país, pois estes têm um carácter estrutural - que, aliás, é independente da crise. E repetem e repetem que a solução desses problemas passa por repensar as funções e a dimensão do Estado e o modo leviano como os dinheiros públicos são usados.
    Há exemplos ridículos mas muito frequentes: as mudanças frequentes de carros e móveis nos ministérios, as excursões de idosos pagas pelas Juntas de Freguesia, as sessões de pirotecnia e outros espectáculos pagas pelas Câmaras... E agora: um "workshop de sedução"!
    É para isso que pagamos impostos??

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  6. Bem, neste caso concreto o tal workshop é oferecido, certamente a troco de publicidade, por uma daquelas empresas que vende "caixas de experiências". Aliás o evento tem um conjunto grande de patrocinadores e parceiros. Mas tal não invalida que algumas verbas da autarquia sejam gastas. E, desse ponto de vista, este tipo de iniciativas é, no mínimo, questionável.

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