quinta-feira, 5 de agosto de 2010

As histórias dos brinquedos são as nossas histórias

Eu já sabia que iria valer a pena. Não fosse o maldito 3D e a necessidade de usar aqueles óculos e teria gostado ainda mais deste filme.

“Mãe e se, sem nós sabermos, os brinquedos na vida real forem como os do filme e ficarem vivos quando nós vamos embora?”, perguntava a M. no final. A minha resposta, a apelar para a racionalidade e a incluir exemplos mais afastados no tempo, como os das personagens criadas por Hans Christian Andersen, não me pareceu que a tivesse convencido. Pelo sim, pelo não, ela que raramente brinca com brinquedos, desde que, no computador, os cria virtualmente, resolveu que alguns brinquedos vão ficar sempre consigo e quando chegou a casa não resistiu a abrir o cesto, que há muito não era aberto, para cumprimentar velhos companheiros de brincadeiras.

Quanto ao filme vale a pena acompanhar as alegrias e o sofrimento dos brinquedos do Andy. Cada um deles tem um perfil muito definido e mesmo as novas personagens têm características muito próprias que nós conseguimos compreender pela sua história passada (sim, aqui os brinquedos também têm uma história própria).

A sua consistência que faz com que, mesmo sendo brinquedos, estejam também obrigados às contingências observadas nas personagens do mundo real leva-nos a esquecer, por vezes, que se trata de animação. E esta é, como sempre, excelente. E continuo a adorar o Sr. Cabeça de Batata.

Ver este filme é um prazer. E não venham com a desculpa que não vêem porque já são adultos. É por serem adultos que o devem ver.

4 comentários:

  1. A resposta é que todos nós somos o brinquedo de alguém... da fúria capitalista, do chefe, da mulher, de...

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  2. O que vale é que, por essa ordem de ideias, também todos nós brincamos, antonio :)

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