quarta-feira, 21 de abril de 2010

Vendedor de flores

Chovia lá fora. No interior do mercado pouca gente. Alguns casais, já de avançada idade, faziam as compras em conjunto. A necessidade de comprar flores levara-me ali. Na primeira banca não havia o que eu procurava. – Mas ali o meu colega tem. E lá estava ele. A idade marcada num rosto cansado. A camisa de flanela aos quadrados. O frio que parecia sentir. E a tristeza. Tinha poucas flores. Mas em relação a todas fez questão de me dizer o preço, como que a lamentar-se por não existirem razões para ninguém lhe comprar nada. No final, a oferta de um cravo vermelho. – Eu sei que ainda é um pouco cedo, mas é por ser mês de Abril, disse. Não pude deixar de pensar que, para ele, Abril já é muito tarde…

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