"Tenho de. O pequeno intervalo entre a minha disponibilidade e a pequena tarefa a realizar. É o meu futuro. Reduzido minúsculo. Não olhes mais longe. Agora o teu futuro é o pequeno passo que dês para fechar as janelas, para abrir as lojas. Agora a tua vida é o instante em que vives. Nada mais, nada mais, mas não te lamentes. Sê inteiro na dignidade de ti..."
in Vergílio Ferreira, Para Sempre, Círculo de Leitores, Lisboa, 1985 , pág. 123
Por uma série de situações entre as quais este post do Luís Naves, uma definição de amor citada por um professor das minhas filhas e uma referência de Eduardo Lourenço (outro beirão, como ele) lida numa entrevista a Carlos Vaz Marques dei por mim a regressar ao Para Sempre. Terminei de o ler, pela primeira vez, no dia 5 de Setembro de 1986. É um livro marcante. Foi-o para mim. E certamente, naquela idade, não teria vivido o suficiente para compreender a dureza do confronto com o passado e a inevitabilidade do fim que naquele livro estão tão presentes. Tenho agora algum receio de o reler. Mas ele está aqui ao meu lado. Pacientemente espera pela minha coragem.
Hoje passam 100 anos desde o nascimento de Vergílio Ferreira. É uma data que merece ser assinalada. A Isabel Mouzinho já o fez no DO. Alguns jornais nas suas versões on line também já lhe fizeram referência. E é a lê-lo que, mesmo que soframos, lhe prestamos a melhor homenagem.
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