É uma questão de somenos. Mas todos os anos tenho esta dúvida: até quando faz sentido desejar um "Feliz Ano Novo"? Sempre pensei que o Dia de Reis seria assim como que uma fronteira. Diz a tradição que é o dia em que as festividades associadas à época natalícia terminam. A partir dele os enfeites de Natal podem ser retirados e guardados nas caixas de onde só sairão no final do ano novo, entretanto já velho. Mas por enquanto o ano que, nesta coisa de votos, anda sempre misturado com o Natal, lembrando-nos a ligação da festa cristã aos ritos de renascimento após o solstício de Inverno, ainda é novo. Os ciclos sucedem-se. E os anos, mais ou menos iguais (este ano é bissexto e por isso tem mais um dia) vão fazendo o seu percurso, indiferentes à quantidade de pessoas que o incluíram nos desejos mais felizes. Uma vez que todos os dias são novos, em teoria, podemos sempre desejar um "Feliz Dia Novo". É o que fazemos diariamente quando dizemos "Bom dia". Mas e o ano? Poderemos dizer, à semelhança do Natal, que ele é novo enquanto um homem quiser? Ao prolongar no tempo estes desejos, parecemos querer tornar mais longa a esperança num período que sabemos ser, apesar disso, igual aos outros que já passaram, com os seus acontecimentos positivos e negativos. Este ano já começou a mostrar o seu lado mais negro. E no entanto tenho a certeza que amanhã ouvirei ainda alguém dizer: "Feliz Ano Novo!"
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