A procissão, como tantas outras, avança com os membros do clero à frente. Segue-se o andor, levado por paroquianos mais acostumados a estas coisas de transportar aos ombros a santidade. Depois a banda que toca, a um ritmo lento, músicas que os que vêm atrás entoam, uns com mais, outros com menos devoção. É no meio destes, anónimos, alguns turistas, que um, em particular, se destaca. À medida que prossegue, no ritmo cadenciado dos demais, a garrafa de cerveja é levada à boca também com uma devoção que se adivinha forte.
Nunca entrei numa procissão. Mas já frequentei a Igreja, actualmente não! Considero no entanto preferível não ir, do que fazer certas figuras, mais que desrespeitosas para com a instituição, para quem devotamente lá vai...
ResponderEliminarE, no entanto, são necessárias estas pequenas e individuais "informalidades", para a formalidade do ritual (qualquer que ele seja, religioso ou profano) evoluir (no sentido de transformar) e se ir compatibilizando (moldando, adaptando) com os tempos e sobrevivendo. Intransigência vs tolerância: a eterna negociação social, comum a qualquer situação social "formalizada" ou "institucionalizada".
ResponderEliminarEu já participei em procissões, mais pela tradição que pela devoção. Esta observei-a de fora. Era numa terra muito turística e estava cheia de estrangeiros. Não me pareceu que a atitude do senhor, fosse de desrespeito. Mas para quem via não deixava de ser estranho.
ResponderEliminarJá andámos, recentemente, por aqui a falar dessas questões, a propósito das confissões em massa, em Espanha. :)
ResponderEliminarNas procissões autênticas, a devoção é à comunidade ou a um grupo particular.
ResponderEliminarNas procissões turistificadas há um sentimento de comunidade, mas há também uma representação folclórica, cada vez mais profissionalizada.
Numas e noutras, o que menos importa são as questões teológicas :)
Suponho que tens razão. :)
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