segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A confissão já não é o que era...



No Parque do Retiro estão instalados duzentos confessionários brancos. Nunca se ouviram tantos pecados juntos. Será que as penitências vão ter direito a descontos?

(Foto aqui)

13 comentários:

  1. Não me confesso desde os 18. Nem quando fui padrinho, pois impus à mãe da criança algumas condições para aceitar o convite:
    1-Não me iria confessar
    2-Não iria comungar (decorre da 1ª e não sou hipócrita)
    3-Não iria a qualquer sermão de preparação para o baptizado
    4-Limitava-me a segurar na criança, cumprindo o ritual e respeitando a cerimónia, pagaria o que tivesse de pagar sem problema algum. Isto se o padre aceitasse, pois perante a minha posição, compreenderia que ele me recusasse como padrinho numa cerimónia religiosa. Aceitou! No final trocámos respeitosos cumprimentos, julgo até que a minha sinceridade gozou de maior respeito que a falsidade de muitos...

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  2. Confissões em série...

    Quando vi as imagens ontem no Telejornal fiquei um pouco incomodada. Alguém conseguirá confessar-se assim no meio de tanta confusão?

    E essa coisa de se mostrarem tão magnânimos que até vão perdoar às mulheres que abortaram, se elas mostrarem arrependimento... É preciso anunciar uma coisa dessas?

    Enfim.

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  3. Bem eu confessei-me para fazer a primeira comunhão. Depois disso julgo que o fiz para me casar mas não me lembro nada. E também sou madrinha de uma criança nas mesmas condições que descreves. Era longe, cheguei pouco tempo antes da cerimónia e nem colocaram a questão.

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  4. Cristina: eu acho que no meio da confusão até será mais fácil. :) Quanto à segunda questão é de facto triste.

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  5. A área de comentários deste post tornou-se uma metaconfissão.

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  6. Já que se falou no assunto: eu não fui aceite como madrinha de um dos meus sobrinhos por não ser casada pela Igreja.

    Não casei pela Igreja, não por ter qualquer preconceito quanto a isso, mas pelo facto de se ter revelado complicado, já que o meu marido alemão é luterano.

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  7. Compreende-se o ponto de vista, Cristina. Se o padrinho é alguém que está incumbido da educação religiosa do afilhado tem que haver alguma coerência.

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  8. Ora, Beijokense... Isso é porque aqui as penitências são muito suaves...

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  9. :)
    Não receio a penitência, até porque já não peco desde a última confissão (Junho de 78) :P

    Pronto, já metaconfessei.

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  10. E pode-se provar a competência de alguém em termos de educação religiosa, apenas por não ter casado pela Igreja?!

    Como é que alguém que para ser padrinho/madrinha impõe condições, como:

    1-Não se confessar
    2-Não comungar
    3-Não ir a qualquer sermão de preparação para o baptizado
    4-Limitar-se a segurar na criança, cumprindo o ritual e respeitando a cerimónia

    pode provar que será mais competente para dar educação religiosa ao afilhado?!!!

    Desculpa, Ana, mas a tua resposta ao meu comentário não é coerente com o que disseste antes. E muito menos coerentes são os padres que fecham os olhos para alguns aspectos e apontam outros a dedo!

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  11. Nada a desculpar, Cristina. Quando falei de coerência falava do ponto de vista dos princípios da religião. Em termos teóricos os padrinhos são os responsáveis pela educação religiosa das crianças. E, nesse sentido, a Igreja tem que impor as suas regras. Mas todos sabemos que, na prática, muito provavelmente pela diminuição de praticantes, admite-se alguma flexibilização nessas regras. É a adaptação para sobreviver. Do ponto de vista de quem aceita ou não ser padrinho, parece-me que depende muito do caso individual. Desde que seja clara a posição, cabe aos envolvidos dizer se aceitam ou não. Se houver hipocrisia será certamente mais censurável.

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  12. Resta saber se nessa "adaptação para sobreviver" a Igreja não estará a dar um tiro no pé...

    Não me interpretes mal, eu acho que a religião é importante, faz parte de nós. E gostava muito que a Igreja Católica se adaptasse ao mundo actual, nos pudesse provar que é útil. Mas enquanto se guiar por dogmas que pouco têm a ver com a realidade...

    Além disso, penso que há diferenças entre os Católicos, por uma questão de tradição e cultura. A Igreja Católica na Alemanha, por exemplo, não é igual à portuguesa. Há mais debate, por aqui, mesmo sobre temas "incómodos". Compreendo que o Papa tenha dificuldade em gerir todo esse mundo imenso e diverso.

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  13. Estou de acordo contigo. Aliás disseste uma coisa muito importante: ao longo da história não tem sido necessário à Igreja provar nada, muito menos a sua "utilidade". É claro que sempre houve quem o fizesse mas eram determinadas pessoas ou grupos, não da forma global como hoje acontece.E é exactamente a partir do momento em que se começa a questionar isso que acontecem as grandes mudanças. E a Igreja Católica, ao evoluir "suavizando" as suas posições sobre determinadas questões, põe, de alguma forma, em causa aquilo que sempre considerou ser o certo o que, para muitos, constitui uma alteração radical dos seus princípios. E se isso é favorável à aproximação de determinadas pessoas leva também ao afastamento de outras. Esse equilíbrio deve ser muito difícil de alcançar. A religião cristã, e para nós a católica, faz, de facto, parte da base da nossa civilização mas tem tido papéis tão diversos ao longo do tempo que se torna difícil fazer um balanço global.

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