segunda-feira, 11 de julho de 2011

Será que ainda há esperança?

A leitura da primeira epístola aos Coríntios 6, 10, atribuída ao apóstolo Paulo pode fazer parte, segundo o bispo de Alcalá de Henares, de um conjunto de leituras a consultar por "hombres y mujeres que experimentan una atracción sexual hacia personas del mismo sexo". Segundo diz, "es posible la esperanza". Será? Será mesmo que considerar esta questão como um mal à espera de cura nos dá alguma esperança de que, no futuro, a igreja católica a aborde de uma forma diferente?

4 comentários:

  1. Se a Igreja encara a homosexualidade com uma espécie de sindroma, que pode ser curada medicamente, então a esperança que acalenta, é a esperança que ela seja curada...erradicada e deixe de ter que ser abordada... o que não corresponde de todo à esperança que temos que algum dia, a Igreja encare a possibilidade de não ser nada disso...(por mais evidência científica), abordando-a de forma diferente!! :) beijo

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  2. A ICAR sobrevive contra todas as improbabilidades e adversidades desde os tempos do Império Romano até hoje. Vários dos seus dogmas foram abalados, quando foi mesmo necessário eles alteraram a doutrina, de Galileu a Darwin e não só... Quando for mesmo necessário, irão voltar a fazê-lo...

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  3. Esta questão lembra-me a problemática dos paradigmas de Kuhn. A mudança paradigmática não condena a ciência, antes promove a sua sobrevivência. Assim será com as demais formas de racionalização do mundo. Cada religião é uma forma de organização cosmológica (tal como a ciência o é) e é regida por paradigmas sujeitos à dinâmica histórica (tal como os paradigmas científicos). O confronto paradigmático (ou, se quizerem, a velha dialética) são a orgânica e a dinâmica das instituições e das ideologias que as sustentam (e, já agora, de cada um de nós). Traduzem situações e confrontos sociais, dinâmicas históricas.
    Esperar que uma instituição sobreviva a uma mudança paradigmática é exigente, mas possível. E a Igreja Católica já o demonstrou. Como outras instituições... como pessoas.
    Talvez devamos reconsiderar a noção perene de "pilar". Dar-lhe, talvez, um "toque" histórico.
    Mas há também a questão da "identidade": quando o que é deixa de o ser, pedindo por isso uma nova designação.
    O velho problema da classificação e da identificação... do mito da "genuinidade"... da "pureza"... enfim, da maneira humana de estar no mundo. Sempre em devir... sempre em conflito.

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  4. António e A. Valera: os vossos comentários vão no mesmo sentido. Percebo e concordo com o que dizem. E é exactamente porque muitos dos que não fazem parte da igreja e mesmo alguns membros dela, mostram o seu descontentamento que as posições se vão alterando. Mudar para sobreviver, claro. Como as pessoas, sim.

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