segunda-feira, 25 de julho de 2011

Há mudanças muito difíceis de fazer...

Num anúncio a um banco, que ouço na rádio, uma mulher tenta aceder ao site da entidade mas só com a ajuda do marido lá consegue chegar. Isto porque as palavras utilizadas na pesquisa não são as correctas, complicando o que, à partida, é muito simples.
Mais outra pérola, lida num texto do "Público", sobre um novo modelo automóvel da Lancia:
"Mas há coisas que não mudam: o novo Ypsilon continua a ser um modelo ultrafeminino com detalhes pensados, assegura a marca, especificamente para elas, ao acrescentar o Smart Fuel System, que facilita o reabastecimento ao substituir o vulgar tampão por um dispositivo automático que não permite enganos... ou à inclusão do Magic Parking com o qual o carro encontra o lugar que mais lhe convém e estaciona (quase) sozinho."

11 comentários:

  1. Insulto disfarçado de publicidade... nem sei como campanhas dessas passam, sem serem atacadas pelas associações que promovem a igualdade de género... é precisamente com expressões destas que se mantâm estereótipos que se mantêm e propagam... enfim..Sabes o que tenho a dizer? Quem dera a muitos homens estacionar e conduzir tão bem quanto eu!! rrrssss

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  2. Por acaso existem 2, que eu saiba, comerciais que mostram o sistema de auxílio ao estacionamento, mas apenas um deles apresenta uma mulher ao volante. Quanto ao Lancia Y, sempre foi um carro com um target maioritariamente feminino, aposta legítima da marca, que encontrou aí uma forma de vender. Percebo o alcance do post, mas há factos que não têm a ver exactamente com mudança de mentalidades, mas sim gostos. Sabemos à partida que apenas uma minoria de mulheres valoriza carros desportivos, nenhuma marca fará publicidade a um modelo desses com uma mulher, o objectivo de um comercial é em primeiro lugar, apelar ao consumo...

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  3. Uma achega, é cada vez maior o número de comerciais que apresentam homens em casa, curioso não? Porque será? Talvez porque existam hoje muitos homens a viverem sós, não irão é colocar um comercial desses no intervalo de uma novela...

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  4. Bem, Eva, julgo que ainda estão em vigor, na CE, regras bastante apertadas em relação a essa questão. Mas provavelmente a fiscalização não será das melhores.

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  5. Não, António, não concordo contigo. Uma coisa é o grupo que se quer atingir com determinada publicidade. E aí é legítimo salientar aspectos que digam mais a uns que a outros. Mas casos como este, que tratam esse grupo, inferiorizando-o , podem até ter um efeito contrário ao pretendido.
    E estás a querer dizer que os homens não vêem telenovelas? :)

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  6. Não, Daniel, mas qualquer dia deixa de ser necessário conduzir. Por vezes deve dar jeito. Mas perde um bocadinho o interesse... :)

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  7. Ana, estou a dizer que a maioria dos homens que vivem sós, não vêem novelas, as mulheres também não. Realcei foi o ponto de se ver cada vez mais em comerciais, homens numa cozinha, mas que esses mesmos comerciais, destinados a um nicho ainda minoritário, mas cada vez mais importante e com maior poder de compra, não passar nos programas de maior audiência. Tem a ver com o target. Há depois nas classes sociais menos favorecidas, muitos que as vêem, mas na sua maioria são casados e não se ocupam de tarefas domésticas. Não cabe aos anunciantes qualquer pedagogia, eles pagam e não é pouco, cada segundo para vender um produto. Trabalhei no maior anunciante de publicidade em Portugal, existem erros é certo, mas está tudo estudado. O que não invalida que volta e meia um comercial seja um flop.
    Eu penso que a indignação resulta do facto de terem colocado uma mulher ao volante, num carro que estaciona sozinho. Mas por acaso até existem 2 anúncios, de marcas diferentes, 1 deles com um homem, outro com uma mulher. Concedo que a marca arriscou, mas um dos objectivos da publicidade também é, falem mal de mim, mas falem. Desconheço os resultados obtidos, seria interessante analisar. É um pouco difícil, para não dizer impossível, verificar se o comercial foi bem ou mal sucedido.

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  8. Compreendo o que dizes. E sei perfeitamente que o objectivo de qualquer campanha de publicidade é vender o produto em causa. É exactamente por isso que não percebo como é que tentam atingir o público feminino com aqueles argumentos. Em mim tem um efeito contrário. :)

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  9. Estou completamente de acordo que tenha em ti um efeito contrário, pelo que vou conhecendo da tua personalidade através da escrita. Mas terás de reconhecer, que fazes parte de uma minoria, sem querer estar a fazer-te um elogio barato, é a verdade dos factos. Reparas em pormenores que escapam à maioria das pessoas, terás de concordar comigo, pelo que a marca corre o risco. Se a coisa der para o torto e surgir polémica, controla os danos apresentando outro exactamente igual, mas com um homem, esvaziando assim os protestos. Não serás influenciável, ou terá em ti efeito contrário a publicidade generalista, mas és atingida, como eu e todos, sem nos darmos conta por outro tipo de mensagens publicitárias, que podem até vir camufladas...

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  10. Claro que também sou atingida. E aqui para nós, só não sou mais porque consumo pouca televisão. Quanto à publicidade a automóveis ou a outros bens a partir de determinado valor, atendendo à situação financeira, acho que a minha atenção selectiva os relega logo para segundo plano. :)

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