A ficha técnica impressiona. Só o número de pessoas que pintam os desenhos é enorme. No entanto eles não estiveram a mais. A qualidade dos desenhos, os pormenores de todos os cenários, quer interiores quer exteriores, deixam-nos felizes por percebermos que esta arte ainda nos dá tanto prazer.
Jacques Tati está sempre por ali e a personagem principal do filme deve-lhe muito, de facto.
Mas é a história em si, comovente e triste, de um mágico em fim de carreira, que me fez gostar tanto do filme.
A sua crença no poder da magia vai-se esfumando à medida que ela cresce na Alice, a menina que, tal como a de Lewis Carroll, brinca com um chapéu e um coelho com mau feitio, mas fá-lo, não em sonhos, mas na sua realidade transformada por aquele poder. É o entusiasmo por essa arte que a faz aventurar-se para fora do seu mundo. Já o mágico sabe que chegou a altura de voltar ao mundo mais prosaico, onde não há lugar sequer para o seu coelho.
Quanto a nós, mesmo sem conhecermos os truques, cabe-nos escolher, decidir em qual dos mundos queremos ficar. E a verdade é que, numa altura em que somos compelidos a lidar com uma realidade que se nos impõe de forma tão avassaladora, relembrar esse outro lado, mesmo que seja apenas numa sala de cinema, ajuda-nos a compreender, de facto, o que é mais importante. É por isso que este é um filme mágico.
Olá, Analima :)
ResponderEliminarQuero muito ver este filme. Sou fã de todos os momentos em que alguma magia consegue introduzir-se na nossa vida. Precisamente pelo que refere, ou seja, é por ela e com ela que conseguimos aperceber-nos melhor do que é realmente importante nas nossas vidas. O ilusionismo não consegue resolver tudo, mas consegue alimentar em nós profundamente, o desejo de contribuir para um mundo melhor.
A propósito, um dos meus livros preferidos de sempre, aliás, dois deles: "Alice no País das Maravilhas" e "Peter Pan".
Obrigada por partilhar connosco sobre o filme. Eu sigo atrasada, mas vou!
Um abraço.
Bonito. O filme e o comentário.
ResponderEliminareu gostei desta pequena apresentação.
ResponderEliminarVale a pena ver, sim, Ana Paula. É um filme muito bonito, quer pelo argumento, quer pela parte visual que é fantástica. :)
ResponderEliminarUm abraço para si.
A.C.: não tem comparação, mas obrigada. :)
ResponderEliminarAgora só falta ver, Daniel. :)
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