quarta-feira, 9 de março de 2016

Onde está o Marcelo?

Esta minha tendência para defender quem está na mó de baixo tem destas coisas. Nunca gostei do presidente que os portugueses escolheram, por duas vezes, em eleições livres e democráticas, como se costuma dizer. Mas ele foi, com efeito, o mais votado nessas vezes. Agora está de partida e a verdade é que não me lembro de nenhum fim de mandato presidencial com tantas manifestações de satisfação, de júbilo. Mesmo nunca tendo votado nele e criticando tantas das decisões que tomou enquanto primeiro-ministro e presidente, sinto alguma pena quando o imagino a ler, a ouvir ou a ver algumas das coisas que se escrevem, dizem, desenham, por estes dias, sobre ele.
Perante tanto regozijo com a partida do seu antecessor, as expectativas em relação a Marcelo só podem ser altas. Porém, quando estas estão altas demais as desilusões são também maiores.
Mas não vamos, nesta fase, ser pessimistas. Mesmo não sabendo o que os próximos anos nos trarão temos um presidente novo. E hoje, mesmo quem não votou Marcelo, tem razões para estar contente com a partida de Cavaco Silva. É que, até no meio de tantos cavaquinhos, sobressai o machete de braga...



4 comentários:

  1. É um lugar comum dizermos que qualquer um é melhor que o Cavaco, mas penso que o Marcelo se quiser será um bom presidente. Basta querer...

    Poderá ser uma espécie de Mário Soares, em melhor. Um viajante por este Portugal fora...

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    1. Será que basta querer? Não me parece que seja assim tão fácil. Certamente querer, ele quer. Aliás, sempre se disse que, no primeiro mandato, os presidentes tentam assegurar-se que serão reeleitos no segundo... Mas as circunstâncias em que nos encontramos (quer no plano nacional, quer internacional) não são fáceis.

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    2. Penso que essas circunstâncias penalizam sobretudo os governos, Ana.

      Claro que perderá alguma popularidade, até porque não poderá agradar a "gregos e troianos".

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    3. Sim, os governos são os mais directamente penalizados (logo a seguir a todos nós, claro) mas os presidentes, se o clima for favorável, mais facilmente desempenham o seu papel sem grandes danos para a sua imagem.

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