... é uma perfeição literária.
"Estávamos talvez naquela pausa muito pequena e sossegada entre o dia e a noite em que a cabeça, sem que o esperemos, está presa ao nosso pescoço e em que tudo, sem que o notemos, está parado, porque não reparamos e depois desaparece. Em que ficamos sozinhos com o corpo arqueado, depois olhamos à nossa volta mas já não vemos nada, deixamos até de sentir a resistência do ar, mas agarramo-nos interiormente à recordação de que existem casas, a uma determinada distância, com telhados e felizmente também com chaminés bicudas através das quais entra o escuro para dentro das casas, que atravessa os sótãos até aos diferentes quartos. E é uma sorte amanhã ser um dia em que, por incrível que pareça, se conseguirá ver tudo."
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