Esta minha tendência para defender quem está na mó de baixo tem destas coisas. Nunca gostei do presidente que os portugueses escolheram, por duas vezes, em eleições livres e democráticas, como se costuma dizer. Mas ele foi, com efeito, o mais votado nessas vezes. Agora está de partida e a verdade é que não me lembro de nenhum fim de mandato presidencial com tantas manifestações de satisfação, de júbilo. Mesmo nunca tendo votado nele e criticando tantas das decisões que tomou enquanto primeiro-ministro e presidente, sinto alguma pena quando o imagino a ler, a ouvir ou a ver algumas das coisas que se escrevem, dizem, desenham, por estes dias, sobre ele.
Perante tanto regozijo com a partida do seu antecessor, as expectativas em relação a Marcelo só podem ser altas. Porém, quando estas estão altas demais as desilusões são também maiores.
Perante tanto regozijo com a partida do seu antecessor, as expectativas em relação a Marcelo só podem ser altas. Porém, quando estas estão altas demais as desilusões são também maiores.
Mas não vamos, nesta fase, ser pessimistas. Mesmo não sabendo o que os próximos anos nos trarão temos um presidente novo. E hoje, mesmo quem não votou Marcelo, tem razões para estar contente com a partida de Cavaco Silva. É que, até no meio de tantos cavaquinhos, sobressai o machete de braga...
É um lugar comum dizermos que qualquer um é melhor que o Cavaco, mas penso que o Marcelo se quiser será um bom presidente. Basta querer...
ResponderEliminarPoderá ser uma espécie de Mário Soares, em melhor. Um viajante por este Portugal fora...
Será que basta querer? Não me parece que seja assim tão fácil. Certamente querer, ele quer. Aliás, sempre se disse que, no primeiro mandato, os presidentes tentam assegurar-se que serão reeleitos no segundo... Mas as circunstâncias em que nos encontramos (quer no plano nacional, quer internacional) não são fáceis.
EliminarPenso que essas circunstâncias penalizam sobretudo os governos, Ana.
EliminarClaro que perderá alguma popularidade, até porque não poderá agradar a "gregos e troianos".
Sim, os governos são os mais directamente penalizados (logo a seguir a todos nós, claro) mas os presidentes, se o clima for favorável, mais facilmente desempenham o seu papel sem grandes danos para a sua imagem.
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