Eu sei que sou um pouco ingénua e que não domino as regras da competitividade entre empresas (se é que as há). Também sei que os responsáveis pelas campanhas publicitárias não têm qualquer obrigação, nem dever, nem sequer vocação, para respeitar princípios que não são universais. Mas cada vez que ouço um determinado spot na rádio - que conta a história de dois homens que, perante um leão, na selva, têm reacções diferentes. Um corre, o outro calça uns ténis. Perante a pergunta do primeiro: "pensas que vais correr mais que o leão?" o segundo responde: "não, mas vou correr mais do que tu". E o spot termina com a moral da história: o mercado está uma selva e por isso há que calçar ténis, havendo uma empresa que ensina a fazê-lo - penso que, neste contexto, a história é de mau gosto. Os valores da solidariedade e da entreajuda provavelmente nunca serão seguidos, neste mundo das actividades comerciais, mas apelar, de forma tão primária, ao seu oposto...
Penso que a ideia não é tanto apelar à competição ... mas da falta de preparação para enfrentar imprevistos. O serviço prestado é o de oferecer as sapatilhas... as melhores ferramentas para enfrentar o mercado, independentemente de quanto correm os outros...
ResponderEliminarQuerem lá ver que estou a perder um spot comercial interessante por não consumir publicidade? Existe link? Os mais incorrectos acabam por ser bem sucedidos, "falem mal de mim, mas falem". No início dos 90's, uma conhecida marca de roupa e malas, com as suas cores unidas, dava cartas na matéria. Deste não falo, porque desconheço em absoluto...
ResponderEliminarTalvez seja isso, Eva. Mas a ideia que passa não deixa de ser que, perante um problema, não devemos enfrentá-lo de maneira a tentar resolvê-lo mas sim tentando fugir, deixando os outros para trás. Claro que é isso mesmo que se passa no mundo das empresas. Só me incomoda que se assuma isso tão facilmente para o público.
ResponderEliminarEu só o ouvi na TSF, António. Não sei se existe sem ser na rádio. É da "Academia de Vendas" e da Wilson Learning Portugal. Não é que seja incorrecto e a perspectiva da Eva faz sentido, claro. As empresas têm que se dotar dos mecanismos para ultrapassarem os problemas. Mas, nestes tempos de crise, custa-me que a lei do mais forte seja apresentada como "a solução".
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