quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Dois grupos

Um grupo de estudantes, caloiros certamente, contava animadamente as peripécias do dia - estamos em plena época de praxes -. Eram quatro, estavam sentados e tinham as roupas e os rostos pintados. Na estação seguinte, um grupo de trabalhadores, da construção civil, com certeza, entrou no comboio. Em silêncio ficaram a olhar os estudantes. Eram quatro. Ficaram em pé. Tinham as roupas e os rostos pintados.

4 comentários:

  1. unas são praxadas na universidade outros na vida.

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  2. Quanto menos vale uma licenciatura, mais se quer mostrar que se é estudante universitário. A infantilização geral instalou-se e parece que veio para ficar. Eu também fui assim, só que entre os 10 e os 16 anos. Tudo mudou, democratizou-se o ensino, e ainda bem, só que nem sempre para melhor. Os da minha geração (e os desígnios da própria revolução) falharam no que mais falta faz: cultura e educação. A ironia do teu, digamos, instante fotográfico, é que ele poderá ser premonitório. Quantos dos que se licenciarem não acabarão – os que tiverem sorte – usando os rostos e as vestes novamente pintadas dessas profissões que menosprezam? Então, seguramente, tentarão passar despercebidos. Quiçá, terão vergonha. Esquecem-se que estudar, aprender, não é apenas para sermos senhores drs, arqtos, engs, é para, sobretudo, sermos melhores enquanto pessoas e naquilo que faremos, nada mais.

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  3. Gostei do comentário, António. Tens razão em relação ao que dizes. Claro que não podemos generalizar mas, de uma maneira geral, os estudantes universitários são muito infantis. E a verdade é que nada está assegurado. Nem agora, nem no futuro.

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