sexta-feira, 30 de setembro de 2011
O "Sr. Jorge" e o Sr. Isaltino
Parece que George Wright e Isaltino Morais estão ambos no estabelecimento prisional anexo à directoria nacional da Polícia Judiciária em Lisboa. O primeiro era procurado há 41 anos. As primeiras denúncias do caso Isaltino aconteceram há cerca de 8. E ainda por cima, alega o advogado que o seu cliente terá sido preso com dois recursos pendentes. E ainda dizem que a justiça em Portugal é muito lenta!
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Abaixo a sopa! Vivam os Beatles!
As afirmações não são minhas. São desta menina que apareceu, pela primeira vez, num jornal, no dia 29 de Setembro de 1964. Esteve hoje, portanto, de parabéns.
Imagem encontrada na net já não sei onde
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Dois grupos
Um grupo de estudantes, caloiros certamente, contava animadamente as peripécias do dia - estamos em plena época de praxes -. Eram quatro, estavam sentados e tinham as roupas e os rostos pintados. Na estação seguinte, um grupo de trabalhadores, da construção civil, com certeza, entrou no comboio. Em silêncio ficaram a olhar os estudantes. Eram quatro. Ficaram em pé. Tinham as roupas e os rostos pintados.
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Uma combinação bela e inesperada
Um semáforo que demorou demasiado tempo a abrir; a lavagem, do outro lado da estrada, feita por dois funcionários, de um grande mupi de onde escorriam grossos fios de água num fundo de árvores frondosas e sol forte; a música de Gershwin na rádio, no aniversário do seu nascimento.
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
domingo, 25 de setembro de 2011
Um programa para este dia
As iniciativas são mais que muitas. O património, de forma geral tão maltratado, está em destaque este fim de semana. Vá... ainda têm este domingo.
sábado, 24 de setembro de 2011
"Mesmo morto hei-de passar"
Foto aqui
Naquele tempo, dizem-me, eu colocava a cabeça entre as grades da varanda e cantava lá para fora as canções de que gostava. Muitas eram de José Niza. Como esta (o poema é de António Gedeão), lembram-se?
Regresso à infância...
para os que chegaram a sair dela. É o que acontece nesta loja (Na R. da Madalena):
Foto da Página do Facebook
Foto da Página do Facebook
Bonecos da Playmobil, uma bóia da Heidi, figuras em PVC do Bana e Flapi, ferramentas de brincar, bonecas anteriores ao império das Barbies... tantos brinquedos que nos trazem à memória tantas, tantas brincadeiras. A visitar!
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Coisas importantes que aprendemos nestes últimos dias
- Nem sempre se torna necessário podar as anoneiras. Mas num Jardim há sempre podas fundamentais a fazer.
- As vacas sorriem perante a visão de um pasto verdejante. O mesmo não se passa connosco perante a visão de um Jardim esburacado.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
É assim em muitas aldeias
A porta está fechada. Nas janelas não há folhas coladas com fita cola com desenhos das crianças. Mas as folhas das árvores, que já ninguém varre, espalham-se pelo antigo recreio. Aqui, de onde os sons das brincadeiras se espalhavam para as ruas mais próximas, impera agora o silêncio. Os velhos sentem-lhes a falta.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
São quatro mas não jogam à sueca
Aqui sem as violas campaniças
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
domingo, 11 de setembro de 2011
Lembrança de um mundo que já não existe
Lembrança do Mundo Antigo
Clara passeava no jardim com as crianças.
O céu era verde sobre o gramado,
a água era dourada sob as pontes,
outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados,
o guarda-civil sorria, passavam bicicletas,
a menina pisou a relva para pegar um pássaro,
o mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era tranqüilo em redor de Clara.
As crianças olhavam para o céu: não era proibido.
A boca, o nariz, os olhos estavam abertos. Não havia perigo.
Os perigos que Clara temia eram a gripe, o calor, os insetos.
Clara tinha medo de perder o bonde das 11 horas,
esperava cartas que custavam a chegar,
nem sempre podia usar vestido novo. Mas passeava no jardim, pela manhã!!!
Havia jardins, havia manhãs naquele tempo!!!
in Sentimento do mundo, de Carlos Drummond de Andrade
Clara passeava no jardim com as crianças.
O céu era verde sobre o gramado,
a água era dourada sob as pontes,
outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados,
o guarda-civil sorria, passavam bicicletas,
a menina pisou a relva para pegar um pássaro,
o mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era tranqüilo em redor de Clara.
As crianças olhavam para o céu: não era proibido.
A boca, o nariz, os olhos estavam abertos. Não havia perigo.
Os perigos que Clara temia eram a gripe, o calor, os insetos.
Clara tinha medo de perder o bonde das 11 horas,
esperava cartas que custavam a chegar,
nem sempre podia usar vestido novo. Mas passeava no jardim, pela manhã!!!
Havia jardins, havia manhãs naquele tempo!!!
in Sentimento do mundo, de Carlos Drummond de Andrade
(Um dos poemas lido numa das cerimónias de homenagem às vítimas do 11/9 realizadas hoje nos EUA)
Será isto envelhecer?
É suposto iniciativas destas criarem uma maior dinâmica no comércio, contribuindo para um aumento dos lucros dos comerciantes; é suposto olharmos os manequins, em carne e osso das lojas como figuras apetecíveis, desejáveis; é suposto invejarmos os rostos maquilhados, os vestidos glamourosos, os saltos vertiginosos; é suposto ficarmos ofuscados com os corpos jovens e bem trabalhados dos que sobem e descem a rua, esperando que uma das câmaras de filmar os apanhe.
Em vez disso, senti que se gasta demasiado dinheiro nestas iniciativas sem que o retorno compense; que as manequins fazem tristes figuras, com os seus movimentos tolhidos pelas paredes das montras; que as pessoas bonitas são, afinal, adolescentes que se limitam a copiar uma imagem vista numa revista ou na televisão, desconhecendo completamente o que de dentro querem mostrar; que a sede de aparecer, ficar bem na fotografia está a ocupar demasiado tempo a quem deveria estar a crescer por dentro; que, em época de crise, aquele fogo de vista é até obsceno.
Ou será tudo isto a prova de que estou a ficar velha?
(ideias suscitadas numa passagem pelo Chiado, na última noite de quinta-feira)
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
António Chiado não morou aqui
Sem nunca terem percebido que a estação da Baixa-Chiado tinha essa designação por servir a Baixa e o Chiado, muitas pessoas dizem que vão para a estação da Baixa do Chiado. Neste momento temos mais um elemento a contribuir para a sua confusão. Será a sede da PT aqui? Mas não era nas Picoas?
E as paredes todas ocupadas com imensa informação, luzes a brilhar por todo o lado, música a sair de gigantescas colunas... Help... Isto não são corredores do Metro. São câmaras de tortura!
Dá vontade de me tornar feminista
As medidas sucedem-se a uma velocidade estonteante. Estava eu ainda a pensar quão ridícula era esta quando, pela manhã, ouvi as notícias que falavam nos cortes nas comparticipações de pílulas anticoncepcionais e algumas vacinas. Mesmo sem saber os detalhes da coisa fico triste. Muito triste.
Pensando na pílula, a liberdade que as mulheres têm de controlar os seus ciclos férteis não será, certamente, posta em causa. É uma questão de prioridades e esta estará à frente de outras, mesmo sendo mais um sacrifício financeiro a fazer.
Mas, em termos do que tudo isto significa, a minha tristeza tem a ver com o sentimento face à diminuição que estas alterações provocam na, já de si reduzida, liberdade de interferir nos processos naturais que conduzem à gravidez. Podia-se mexer em outras áreas mas esta não deixa de ser um murro no estômago das mulheres em geral. Não sei se será um recuo civilizacional. Mas lá terá que se proceder a outros recuos, dignos de outros tempos...
E, duma forma mais ligeira, apetece defender uma discriminação positiva a favor das famílias que têm filhas. De facto, as despesas com rapazes não incluem, nem pílulas anticoncepcionais, nem as vacinas contra o cancro do colo do útero...
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Um nome trágico
Li algures que é um grupo argentino de revisão não reaccionária do tango. Por curiosidade fui procurar. Achei interessante.
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Todos. Mesmo todos.
O ano passado não fui. Mas em 2009 o ambiente estava fantástico. Foi nesse dia que fiz os Instantes Nocturnos - Mouraria. Este ano o programa promete. O bairro da Mouraria está ainda por descobrir... digo-vos eu que tenho intenção de o conhecer melhor.
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Não havia necessidade
Eu sei que sou um pouco ingénua e que não domino as regras da competitividade entre empresas (se é que as há). Também sei que os responsáveis pelas campanhas publicitárias não têm qualquer obrigação, nem dever, nem sequer vocação, para respeitar princípios que não são universais. Mas cada vez que ouço um determinado spot na rádio - que conta a história de dois homens que, perante um leão, na selva, têm reacções diferentes. Um corre, o outro calça uns ténis. Perante a pergunta do primeiro: "pensas que vais correr mais que o leão?" o segundo responde: "não, mas vou correr mais do que tu". E o spot termina com a moral da história: o mercado está uma selva e por isso há que calçar ténis, havendo uma empresa que ensina a fazê-lo - penso que, neste contexto, a história é de mau gosto. Os valores da solidariedade e da entreajuda provavelmente nunca serão seguidos, neste mundo das actividades comerciais, mas apelar, de forma tão primária, ao seu oposto...
Uma explicação plausível?
- Sabes, mãe, eu quando dou erros é porque estou demasiado concentrada... a escrever.
M.
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
1000 posts
"Um blogue é a voz particular de alguém. Um blogue é o estilo do seu autor, os seus pontos de vista, as suas preferências, as suas manias e os seus gostos. Um blogue é a projecção de uma pessoa na rede, é uma identidade que se vai construindo e expressando a pedaços (links, textos, vídeos, imagens). Os blogues são pessoas que nos propõem uma conversa."
José Luís Orihuela
"Blogar é escrever num meio terrivelmente aberto - interactivo, instantâneo, espúrio - a partir de um momento terrivelmente particular - o eu, o ser, a alma. É um lindo fogo posto que salta entre a faísca da intimidade e o incêndio público de todas as coisas. A força do blogue está no facto de não haver mediações; do salto ser puro; da combustão ser total."
Miguel Esteves Cardoso
"É isso a sociedade pós-moderna: não o para além do consumo, mas a sua apoteose, a sua extensão à esfera privada, à imagem e ao devir do ego..."
Gilles Lipovetsky
"Actualmente, o mundo divide-se entre os que procuram razões para entrar na blogosfera e os que procuram razões para não sair"
José Luís Orihuela
"Devemos escrever para nós mesmos, é assim que poderemos chegar aos outros."
Eugène Ionesco
"Os blogs não vão acabar... nunca. Quem difundiu a ideia dos blogs como uma moda foram os meios de comunicação tradicionais, quando se aperceberam de que deixaram de ter a administração exclusiva do espaço público de comunicação e da agenda."
José Luís Orihuela
"A blogosfera substitui o "speakers corner" de Hyde Park, a porta e paredes das casas de banho, aquele monte no qual, e a coberto do breu da noite, nas aldeias, se berrava em plenos pulmões os segredos de vícios privados que eram do conhecimento de todos. Nesse sentido é um contexto verdadeiramente terapêutico com a vantagem de não provocar intoxicação química, nem excessivos gastos em psiquiatras e psicólogos. É o maior espelho de Narciso conhecido."
Catarina Campos e José Manuel Fonseca
Todas estas citações vêm publicadas em várias páginas do livro de Paula Oliveira Silva, Blogo, Logo Existo, Editora Media XXI, 2009 que analisa, de um ponto de vista sociológico, o "fenómeno" dos blogues.
De diferentes autores elas levantam algumas questões interessantes e em que todos pensamos quando surge este tema.
Vêm estas citações a propósito do facto do presente post ser o milésimo a ser publicado neste blogue. (Deixei passar os dois anos do blogue sem uma referência mas agora, o blogger e as suas estatísticas chamaram-me a atenção).
E pronto... Cá se vai enchendo este meu "diário de bordo", aberto para que qualquer um possa ler, ou apenas ver. Não sou eu que aqui estou. É apenas uma parte de mim, aquela que eu quero ou não me importo de mostrar. Daí que às vezes fique com a sensação que estes blogues são, acima de tudo, uma ficção, uma construção do seu autor que, não raras vezes, pretende ser melhor do que é.
Continuam válidas as premissas iniciais. Enquanto a vida de todos os dias, mesmo que pouco excitante, me dê motivos para ir reflectindo cá irei arriscando as minhas interrupções no silêncio. Obrigada a todos os que vão lendo; aos que comentam; aos que passam por aqui, desde os mais antigos aos mais recentes; e aos amigos que fiz entretanto. Convosco os dias são menos imperfeitos.
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