domingo, 5 de junho de 2011

Participar

"As sociedades democráticas podem existir com diferentes níveis de participação, embora seja evidente que deles decorrem consequências diversas. Os que acreditam ser a democracia melhor servida por um elevado nível de participação apontam para o fato de que um Estado democrático, ao invés da oligarquia tradicionalista, deve depender do consentimento da sua cidadania. E um estado em que uma grande parte da população seja apática, desinteressada e inconsciente é um daqueles em que o consentimento não poderá ser nunca tomado como coisa certa e em que, na realidade, o consenso pode ser bastante fraco... A falta de participação e representação também reflete a ausência de uma cidadania efectiva e a consequente falta de lealdade para com o sistema como um todo."

in Seymour Martin Lipset, O Homem Político, Rio de Janeiro, Zahar Editores, p. 227


6 comentários:

  1. Nem mais, nem mais. Embora eu também acrescente que votar como se faz o totoloto ou o totobola tratando as opções politicas como opções "clubisticas" não melhora muito a qualidade da participação ... Por outras palavras além da participação só por si eu acrescentaria a qualidade da mesma representada nem que seja pelo tempo que cada um de nós gasta na definição e no critério do seu voto.

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  2. Quanto a mim, acabo de cumprir o meu dever. Porém, angustiado!

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  3. Sem qualquer vontade, totalmente desprovido de convicção, movido apenas por uma motivação, mas vou votar daqui a pouco...

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  4. Pois eu também sou António, também queria votar, mas não pude. Resta-me falar sobre o que penso do assunto: em Portugal existe uma democracia essencialmente formal, mas não de verdadeira prática e pensamento democrático. Razões para isto há muitas. Mas a minha preferida foi abordada neste blog há dias: 100 anos depois da implantação da República o ideal (iluminista)de uma liberdade fundamentada na consciência crítica, desenvolvida pela educação e apoiada pela ciência continua muito longe de ser cumprido.
    O desconhecimento e a ignorância, que geram incompreensão, que geram alheamento e falta de autonomia crítica, que gera "clubismo", são factores encadeados que constróiem o quadro estrutural do Portgal democrático. O eufemismo em que se transformou o sistema de ensino português não permite uma democracia participativa, logo de uma democracia genuína. Resta-nos a formal, o que já não é mau, há que reconhecer.

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  5. Olá Fernando! Obrigada por passar pelos Dias Imperfeitos. O seu comentário faz todo o sentido. Mas às vezes, por mais tempo que se passe a pensar na definição e critério do voto, não conseguimos chegar a uma conclusão. Foi o que me aconteceu.

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  6. Pois, tantos Antónios. :)
    A. Miranda: duvido que, nas condições actuais, tenha havido gente a votar sem angústia.
    A. Almeida: eu também fui mas, no meu caso, nem uma motivação me animou.
    A. Valera: quando se quer votar e não se pode deve ser muito irritante. E a educação, sim, ainda é e continuará a ser a chave de tudo.

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