Vento
Ouvir o vento separar o corpo
da sombra. Separar a face da face.
O silêncio do vento que empalidece
o riso. Desencontra. Fecha as pálpe-
bras sobre o olhar. Um sem os outros.
Nada sem o todo no uno. O vento
que me horroriza como um sonho. Senti-lo
a vergar o submisso e a submissão
a sufocar no ansioso a ansia inseparável.
Lisboa, 1978 - Natureza Paralela
in Fiama Hasse Pais Brandão, Obra Breve, Lisboa, Assírio & Alvim, 2006, p. 269
Gosto muito!
ResponderEliminarAdoro Fiama.
ResponderEliminarMas neste poema,
ela ignora uma outra
qualidade, pelo menos
dos ventos alíseos: pela
sua constância e imutável
direcção são uma presença
fiel no meio da solidão! :)
Foi a partir do teu Blog Experimental que a conheci melhor. :)
ResponderEliminar:)
ResponderEliminar