segunda-feira, 9 de maio de 2011

Tal como na vida: sempre em digressão

Há quem o classifique algures entre a ficção e o documentário. Porque as artistas do "New Burlesque" que participam no filme, com os seus nomes artísticos e os seus números coreografados por si próprias, o seu guarda-roupa e adereços são reais e representam-se a si próprias. Porque o público e as suas reacções são também reais. Porque a figura do produtor estará, em grande parte, muito próxima da realidade. Porque o argumento foi sofrendo alterações à medida que decorriam as filmagens. Mas Mathieu Amalric, actor principal e realizador, com um notável trabalho, apresenta-nos um filme que vai muito para além da classificação que se lhe possa atribuir. Ele toca a dificuldade em concretizar um sonho; a tentativa de lidar, de uma forma equilibrada, com os filhos; a atitude perante o passado; a solidão no meio de uma vida muito preenchida.
Uma nota final para a música: vale a pena ficar a ver a ficha técnica no final e ouvir as canções escolhidas.

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