quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Presa no subúrbio

Sim eu sei que "o tráfego automóvel continua a ser a principal causa da degradação da qualidade do ar na cidade de Lisboa, dado que constitui a principal origem de poluentes atmosféricos prejudiciais à saúde humana" e que há que cumprir o "Plano e Programa de Melhoria da Qualidade do Ar (Região LVT)". Também sei que quem toma as decisões não tem a culpa que eu não resida no centro da cidade ou que não tenha tido capacidade para, ao longo dos meus anos de trabalho, amealhar dinheiro suficiente para trocar o meu carro matriculado no ano de 1993.  
Mas com esta e outras medidas ninguém me tira esta sensação de falta de liberdade. E não é a liberdade para levar o carro para o trabalho, o que nunca fiz desde 1995, quando comecei a trabalhar em Lisboa. É a liberdade para, por exemplo, quando as minhas filhas estão doentes, poder levá-las ao médico que fica numa área da cidade onde, mesmo que só raramente, o meu carro não pode emitir partículas (PM10) e dióxido de azoto (NO2). A liberdade para poder chegar a um jantar num restaurante da capital antes das 21.30, sem ter que utilizar os transportes públicos que a partir de certa hora deixam de ser uma boa alternativa.  
A Avenida de Ceuta, o Eixo Norte/Sul, a Avenida das Forças Armadas, a Avenida dos Estados Unidos da América, a Avenida Marechal António de Spínola, a Avenida Santo Condestável e a Avenida Infante D. Henrique,  no período compreendido entre as 7 horas e as 21 horas passam, a partir de hoje, a ser os meus limites. Fico presa do lado de fora. Ainda por cima eu tenho esta mania parva de cumprir as regras...

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