quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Uma convivência difícil

Um passageiro, ao sair do comboio, depois de uma senhora que ia a ler se ter mostrado incomodada por ele falar muito alto durante a viagem, diz para a sua mulher e para quem quisesse ouvir: filha da puta! Vem para aqui com o livro! Ela que vá mas é ler para a biblioteca!

sábado, 23 de novembro de 2013

O exemplo da "Casa Pereira"

Atendendo à realidade que conhecemos, e que nem sequer é exclusiva de nenhuma cidade em particular, percebemos que as zonas nobres das cidades sejam alvo de transformações que, no que ao comércio diz respeito, se traduz, muitas vezes, na substituição de lojas tradicionais por outras de cadeias internacionais que, obviamente, têm um poder económico incomensuravelmente maior. 
Em Lisboa, soube agora, as lojas que têm a renda média mais elevada ficam na rua Garrett, rua que, por ficar perto do meu local de trabalho, frequento bastante. É de facto uma rua especial. E talvez continue a sê-lo mesmo estando cheia de lojas de pronto-a-vestir iguais às encontradas nas outras ruas ou nos centros comerciais. 
Eu, no entanto, prefiro que não fechem estabelecimentos como o do número 38. Sinto sempre orgulho quando vejo turistas a saírem contentes com as suas compras ou apenas parados a tirar fotografias à montra; e gosto que nele não entrem só os turistas mas os clientes de há muito ou pouco tempo. 
Compreendo que resistir à pressão dos que querem comprar ou arrendar estes espaços únicos não deve ser fácil. Daí admirar essa capacidade de quem nem quer "ouvir o valor da proposta". Não serão muitas e não sabemos quanto tempo mais vão resistir mas Lisboa é mais rica com pessoas como o Sr. António Lemos.


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Almada

Gostava muito de poder estar aqui. Infelizmente não posso.
Mas já hoje ouvi as palavras do poeta (neste caso) na interpretação única de Mário Viegas. Umas e outra não deixam ninguém indiferente.  

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

"O gosto" do King

Vou pouco ao cinema, como vou pouco ao teatro ou a outros espectáculos ou, relativizando, acabo por ir menos do que gostaria. Mas, quando consigo, a maior parte das vezes vou ao King. Este cinema faz parte da minha história pessoal (mesmo muito pessoal) e foi ali que vi alguns dos mais belos filmes que recordo (alguns deles comentados neste blogue). Sem grande cultura cinéfila, procuro, no entanto, conhecer obras diferentes com as quais aprenderei sempre coisas que não sei. E naquele lugar posso encontrá-las.
Neste fim de semana, se tudo correr como previsto, irei até lá rever um dos filmes mito da história do cinema, "O Gosto do Saké". Talvez por ser este filme, o número de espectadores possa ser um pouco maior do que é costume. De facto, pelo menos às sessões a que vou, raramente o número total ultrapassa os 10. Compreendo, por isso, que as receitas não sejam grande ajuda face às despesas. 
A situação, comum a tantos outros cinemas, é perfeitamente compreensível de um ponto de vista económico. Mas, qualquer dia, as nossas opções restringir-se-ão ao sofá lá de casa e aos sofás dos cinemas onde os espectadores se comportam como se estivessem em casa. Nessa altura eu irei ainda menos ao cinema. Mais uma vez, as questões económicas, vão matar mais um pouco das nossas vidas.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Bons exemplos

Tinha curiosidade. Fui a uma livraria e peguei num volume. Abri ao acaso. Página 1571. Capítulo: advérbio e sintagma adverbial. Exemplo apresentado para o advérbio de quantidade: O Cristiano Ronaldo joga muito bem. 

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Mera antecipação ou escassez extrema?

Depois de uma aplicação da Google ter revelado que Jesus e Maria andariam algures por sobre a Suiça, sabemos agora que estariam a caminho da festa de aniversário que o Presidente da Venezuela vai dar ainda em Novembro. Sabendo das dificuldades em assegurar a presença de tão famoso aniversariante na data a que se convencionou associar o nascimento de Cristo, Nicolás Maduro, numa decisão inédita, decretou a antecipação do Natal. Resta saber o que pensam os venezuelanos da questão. Não saberá o Presidente Maduro que comemorar o aniversário antecipadamente dá azar? Ou terá ele medo que os bens essenciais, que tanta falta têm feito no país, não cheguem a Dezembro?

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Já começou

Primeiro foram as montras de algumas lojas, logo seguidas por muitas outras, sedentas de darem aos seus clientes motivos para comprarem. Agora são os veículos pesados que bloqueiam as ruas para descarregarem as estruturas que suportam as iluminações. Os locais públicos fechados enchem-se de árvores de natal, cadeirões, cercas com animais de peluche articulados, crianças que querem brincar e pais das crianças que as levam a brincar e que ficam ali a olhá-las, como já não fazem nos verdadeiros parques infantis que agora estão vazios.
Parece que é isto a magia do Natal. E mesmo que canse toda esta excitação, que parece começar cada vez mais cedo, lá teremos que passar por, pelo menos, dois meses de época natalícia...

As notícias que já não o são e as que nunca o foram

Na sua ânsia por fazerem comentários demolidores ou espirituosos, os utilizadores do facebook (e outros meios semelhantes) raramente se dão ao trabalho de verificar se alguma coisa que lêem é efectivamente notícia ou apenas algo que alguém se lembrou de inventar e pôr a circular como sendo notícia (situações destas acontecem, por exemplo, quando se assume como uma notícia verdadeira algo publicado noutros países em jornais como o "nosso" "Inimigo Público"). Outra modalidade é comentar notícias requentadas (adjectivo completamente desajustado para este substantivo) como se elas fossem de hoje. É assim que os boatos modernos são lançados e que situações que aconteceram no passado ganham um novo fôlego. Ainda há uma ou duas semanas circulava uma notícia que dava conta de um aumento das remunerações de gestores de empresas públicas que motivava uma série de reparos feitos com uma violência verbal acentuada. O clássico "isto é uma vergonha" era o mais suave. 
Estas questões são normais, eu sei. Na fúria de consumir informação e de querer deixar uma marca pessoal nessa informação não se questiona sequer a probabilidade de o que se lê não corresponder à verdade. Mais: deseja-se que as coisas mais inverosímeis sejam reais para que se possa mostrar aos amigos que nada ficará por partilhar, por criticar.
Mas o que mais me incomoda é que a aceitação de notícias absolutamente improváveis significa que já nada surpreende. Por mais indecorosa que seja a situação estamos predispostos a aceitar que ela possa mesmo ter existido, que aquilo que não passa de invenção, ou de algo que aconteceu no passado e que nunca se poderia repetir no presente, constituiu um facto. A sensação da possibilidade de realmente acontecerem as coisas mais absurdas está muito presente. E isso sim é revelador dos dias em que vivemos.  

Às armas!


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O estado da reforma do guião, a reforma do estado do guião, o estado do guião da reforma e outras combinações

A utilização de certos termos para designar documentos que são produzidos pelos governos deveria ser repensada pelos seus autores.
Nesta questão do "guião da reforma do estado", se pensarmos que antes de um guião terá que existir um argumento, começamos logo a perceber que, neste caso, a palavra não está a ser correctamente utilizada. Na realidade, onde está o argumento? 
Depois, tendo em conta que o guião deverá obedecer a uma estrutura lógica, constituindo-se como um documento de trabalho imprescindível que se transformará depois num filme, parece-me que os guionistas que elaboraram este vão ter muitas dificuldades em explicar aos técnicos e aos actores envolvidos o que pretendem realmente que venha a ser realizado. A sequência das cenas e a forma como serão postas em prática é imperceptível. E por falar em realização, quem poderia ser o escolhido? É que em Portugal não é fácil encontrar realizadores na área do cinema fantástico.


Das muitas horas que passei com os jogos da Majora

Era um dos presentes que mais gostava de receber na minha infância. Cada vez que, mesmo sem desembrulhar, percebia que era uma caixa de um jogo ficava muito feliz. Tive vários e muitos eram da Majora. O Jogo da Glória, o Sabichão, o Mikado e outros faziam-me ficar horas sentada no chão a brincar. Mesmo sem companhia podíamos jogá-los. Ainda tenho alguns guardados e as minhas filhas também brincaram com eles. 
Há pouco li esta notícia. Admito que seja difícil concorrer com os jogos que os computadores e outros meios põem à disposição dos miúdos hoje em dia. Mas fico com pena que muitos não conheçam a magia de aprender com a ajuda de um sábio magnético que, com uma vara de arame, nos apontava respostas que a partir de certa altura já sabíamos de cor. Mas repetíamos e repetíamos e ele nunca se enganava. Era bom que ele voltasse agora e nos respondesse a algumas dúvidas...