quinta-feira, 11 de junho de 2009

Corpus Christi

Celebrou-se hoje um feriado que para muitos, mesmo para alguns que se dizem católicos, levanta sempre a questão: mas que feriado é este? (Esta pergunta foi-me colocada por algumas pessoas, incluindo as minhas filhas - actualmente com 9 e 10 anos). Bem, para uma resposta rápida, pode-se consultar a Wikipédia. Mas o que me faz pensar sobre este dia e outros, associados a festividades que a Igreja Católica comemora, é exactamente o seu peso na vida dos que a ela se consideram ligados. Daqui poderá partir-se para um tema inesgotável mas lembrei-me disto a propósito de um pequeno artigo que li há uns meses no Expresso em que se falava do "paradoxo do ateísmo" e cuja frase final (de Ernst Bloch) nos dizia que "Só um ateu pode ser um bom cristão, só um cristão pode ser um bom ateu". Ultimamente tenho pensado bastante na questão da educação religiosa. Tendo tido uma educação católica (concretizada até à primeira comunhão), apenas posta em causa aos 14 anos, optei por uma postura de compromisso familiar tendo baptizado as minhas filhas, mas sem dar qualquer seguimento à sua educação religiosa. E a questão, de há uns anos para cá, é colocada por elas próprias, quer por influência da avó materna, que lhes ensina algumas orações, quer por alguns colegas que frequentam a catequese na igreja católica, na evangélica ou outras. A vontade de saber e de participar em alguns ritos é grande e nem sempre as minhas explicações as satisfazem. O facto de termos assistido, por insistência delas, à primeira comunhão de alguns colegas é um exemplo. Isto leva-me a pensar que talvez não tenha feito a opção mais correcta e que a escolha de seguir ou não os ensinamentos de uma religião deveria ser feita por elas, tendo como base alguns desses ensinamentos, pois só conhecendo-os poderiam concordar ou discordar deles. Tenho algum receio de que o facto de não terem participado, nesta fase do crescimento, em algo que remete para os temas mais afastados da vida quotidiana leve a interessarem-se, mais tarde, de uma forma mais forte, mas menos correcta, por estas questões.

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