A exposição terminou este sábado. Ainda consegui vê-la com as suas muitas fotografias de mulheres.
Das de Jorge Martins confesso que não gostei muito. Talvez tivesse sentido a coloração como uma contaminação da pintura nas fotografias, que não me agradou.
De Julião Sarmento surpreendeu-me a variedade dos registos, desde os mais espontâneos, captados numa rua de Lisboa, aos mais encenados, sobretudo em interiores onde, ora os jogos da luz e da sombra nos desviam a atenção dos corpos ou de partes deles; ora a sua presença enche todo o espaço da fotografia.
Quanto a Man Ray... bem, era o que se esperava. Uma lição do que é fotografar. A mulher retratada aqui (entre 1941 e 1955), de uma beleza nada óbvia, é sempre a mesma: Juliet Browner, que foi sua mulher. Mas ser só uma não impede que nos apareça como muitas, nas suas poses de diva do cinema ou menina traquina. Das 50 destaco uma, de 1948, em que Juliet, fotografada num bosque, nua entre os outros elementos da natureza, se confunde com eles, como que a demonstrar o grau zero da beleza simultaneamente cheio de conotações poéticas.
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