terça-feira, 7 de abril de 2015

Definindo as curvas da modelo

- Mais para a esquerda! Mais para baixo! Não, não, foi demais! Um bocadinho para cima! Ele bem via que a curva não estava correctamente desenhada pois as duas folhas teimavam em não encaixar de forma irrepreensível e este era um trabalho que queria que ficasse impecável. A modelo era muito bonita e o seu corpo merecia um investimento em tempo. Não interessava que a carrinha estivesse mal estacionada e que o colega, empoleirado no cimo da estrutura, estivesse num equilíbrio instável. Não sairia dali enquanto a perna da mulher do cartaz daquele painel publicitário que anunciava um novo ginásio não ficasse perfeita.

1 comentário:

  1. Belo texto, Ana! As futilidades da alma, se é que há algo fútil numa alma.
    Patrícia - BH- MG Brasil

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