Não as frequentava muito é certo. A última vez que lá fui foi há um mês. Falo das salas de cinema do Fonte Nova, geridas até agora pela Medeia Filmes. Nesse dia a sala estava muito composta. Era um domingo, logo a seguir ao almoço e lembro-me de ter registado que parecia, de facto, um cinema de bairro com muitos casais já mais idosos, provavelmente moradores ali perto. O filme era Leviatã e àquela hora era o único cinema que o passava. Daqui a poucos dias deixará de ser uma opção. O Colombo e as suas salas onde o cinema é apenas mais uma coisa (e por vezes parece não ser a mais importante) parece ter levado a melhor.
quinta-feira, 30 de abril de 2015
sábado, 25 de abril de 2015
"Guerras perdidas e ganhas"
Esta brincadeira no post anterior não pode ser a única referência a um dia tão importante como o que hoje comemorámos.
Nestes 41 anos tanto mudou para melhor mas tanto há ainda por fazer. Nos avanços e recuos a que assistimos neste tempo muitas coisas ditas, lidas, cantadas, deixaram de fazer sentido. Outras podem ser actualizadas como se o que levou os seus autores a escrevê-las estivesse novamente presente. Não está. Não da mesma maneira. Mas os sentimentos que as inspiraram e as emoções que despertam estão, por vezes, muito próximos.
Em Abril, comemorações mil
Este ano, neste dia, o que deverei fazer para comemorar o 25 de Abril? Estive a analisar algumas das inúmeras propostas e percebi que estou dividida. Utilizar a pista tumbling insuflável ou experimentar a estampagem com vegetais e fruta? Em comparação com a segunda, provavelmente a execução de saltos mortais e piruetas é mais adequada à data.
sexta-feira, 24 de abril de 2015
Partilhas
- (Falando do Facebook) Eu às vezes partilho fotografias com alguns amigos. Mas nunca autorizo que eles as partilhem com outros. Não gosto nada que pessoas que eu não conheço fiquem a saber coisas sobre mim.
Isto dizia a senhora para a sua companheira de mesa num tom bem audível para todos naquele restaurante cheio.
quinta-feira, 23 de abril de 2015
quarta-feira, 22 de abril de 2015
quinta-feira, 16 de abril de 2015
Os clássicos podem ser fixes?
Há uns dias atrás, Francisco José Viegas colocava esta questão. Não é fácil chegar a uma conclusão. Ou porque somos um país onde a qualidade e a quantidade de clássicos torna difícil a escolha, ou porque muitos portugueses, infelizmente, não conseguiriam votar tendo uma opinião fundada. Ou pelas duas coisas e outras ainda.
Curiosamente esta semana, numa fila no supermercado, deparei-me, junto às caixas, com um livro infantil que me suscitou sentimentos opostos.
Imagem retirada daqui.
Se, por um lado, me parece que pode ser uma forma de divulgar junto das crianças algumas informações sobre escritores fundamentais do nosso país; por outro, o adjectivo usado não me convenceu. Claro que a palavra fixe pode ser utilizada como sinónimo de algo que agrada e tem qualidades positivas mas quando a ouvimos não deixamos de pensar em "porreiro". É certo que já tivemos um presidente fixe. Mas a utilização deste termo fará sentido quando falamos de escritores e das suas obras? Almeida Garrett é fixe? E Florbela Espanca será?
quarta-feira, 15 de abril de 2015
Fiat Lux
Sentou-se no banco e imediatamente fez a chamada. Quando do outro lado atenderam, e depois dos cumprimentos, num tom de felicidade que se manifestou na voz e que parecia querer partilhar com toda a carruagem, informou:
- Já tenho dinheiro! Hoje vou pagar a luz!
terça-feira, 7 de abril de 2015
Definindo as curvas da modelo
- Mais para a esquerda! Mais para baixo! Não, não, foi demais! Um bocadinho para cima! Ele bem via que a curva não estava correctamente desenhada pois as duas folhas teimavam em não encaixar de forma irrepreensível e este era um trabalho que queria que ficasse impecável. A modelo era muito bonita e o seu corpo merecia um investimento em tempo. Não interessava que a carrinha estivesse mal estacionada e que o colega, empoleirado no cimo da estrutura, estivesse num equilíbrio instável. Não sairia dali enquanto a perna da mulher do cartaz daquele painel publicitário que anunciava um novo ginásio não ficasse perfeita.
Born Eleanora Fagan
Fui à procura dela e não a encontrei: a minha cassete com músicas de Billie Holiday. Uma amiga, adolescente como eu, emprestou-me alguns discos que eu gravei na aparelhagem. O som era mau (já o original devia ter muitas imperfeições). Mas até aparecerem os CD's foi essa cassete que eu ouvi e voltei a ouvir vezes sem conta. Músicas curtas mas que não precisavam ser maiores para nos encherem as medidas. Lembro-me que ficávamos contentes quando dizíamos "me, myself and I" ou outros versos mais conhecidos e alguém à nossa volta reconhecia a canção. Ainda hoje é uma expressão que utilizo.
segunda-feira, 6 de abril de 2015
A homenagem lá de casa
No período passado a professora de História pediu à turma de que faz parte a minha filha mais nova para apresentarem trabalhos sobre figuras da História de Portugal no séc. XX. Ela pediu a minha opinião e eu sugeri Salgueiro Maia. Ela aceitou. No final do período apresentou o trabalho aos colegas na aula.
(No sábado passou mais um ano sobre a morte deste homem, capitão à altura do 25 de Abril de 1974.)
sábado, 4 de abril de 2015
Os prémios da "nossa academia"
Na mesma noite, o filme “Os gatos não têm vertigens” dominou os prémios atribuídos pela Academia Portuguesa de Cinema. Confesso não saber quais os critérios para atribuição dos prémios mas, tendo visto este filme e "Os Maias", não compreendo como se atribui o prémio de melhor filme ao de António-Pedro Vasconcelos. O filme de João Botelho, pela complexidade e originalidade, apesar de inspirado num texto clássico, merecia mais.
sexta-feira, 3 de abril de 2015
Aprender com Manoel de Oliveira
De Manoel de Oliveira não vou falar. Já tantos disseram tanta coisa... A verdade é que a sua morte deixa, de uma forma a que eu nunca tinha assistido, uma sensação de vida cumprida. E não se trata de um trocadilho com "comprida". É mesmo cumprida. Muitos o disseram desde que o velho realizador morreu ontem. De tanto fazer parte deste mundo alguns amigos disseram que achavam que ele já não morreria. Mas claro que a sua humanidade era plena e essa condição implica a mortalidade. De qualquer forma são poucos os que assim vivem em quantidade e qualidade. Das tantas homenagens que ouvi retenho a conversa ontem na RTP Notícias entre várias pessoas ligadas ao cinema. Notava-se a tristeza ligada à sua morte mas também a alegria por falarem de alguém que tanto deu ao cinema e com quem, mesmo não estando cá, se continuará a aprender.
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