segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Ainda o Cante

Desde há alguns dias a esta parte toda a gente parece adorar o cante alentejano. Eu, apesar do episódio contado no post anterior, nunca lhe atribuí, pensando em mim em particular, uma importância relevante. 
Já como traço do património cultural percebo que tem um valor que se enquadra bem nas definições que levam a UNESCO a atribuir estas classificações. As regras daquela organização são muito rígidas e a burocracia necessária para se chegar onde o Cante chegou agora parece não ter fim. Mas, sendo um dos principais objectivos desta classificação, torná-lo visível a todo o mundo e contribuir para sensibilizar os poderes para a necessidade de se tomarem medidas para assegurar a transmissão desta forma específica de cantar, percebe-se, de facto, a sua importância. Claro que a inclusão nesta lista é um princípio e não um fim. Implica trabalho constante e a participação de um conjunto alargado de intervenientes pois não basta apenas identificar e protegê-lo. É preciso valorizá-lo, transmiti-lo, devolver às comunidades que o integram nas suas vivências, algumas das vantagens que estas classificações podem trazer. Ninguém deixará de concordar que, no caso do Fado, por inúmeras razões, esse movimento está mais facilitado.
Eu não passei a adorar o cante alentejano. Mas ele merece que as manifestações de regozijo que agora se multiplicam se transformem em verdadeiro apoio.  

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