Acho que nunca tinha lido ou ouvido a palavra antes. Mas bastou ver a apresentação para saber que ia gostar do filme.
Richard Linklater em "Antes do Amanhecer", "Antes do Anoitecer" e "Antes da Meia-Noite" já me tinha habituado à simplicidade presente nas histórias e na forma como elas nos são mostradas. E simplicidade é uma noção de que gosto especialmente. A vida, com todas as suas vertentes, já tem em si uma complexidade extrema. E essa complexidade cabe nessa minha noção. Aliás, no cinema, como na literatura ou outras artes, são os filmes onde não há grandes artifícios ou excessos que mais gosto de ver. Até na forma como foi filmado, acompanhando o envelhecimento real dos actores, há um realismo desarmante.
No que tenho lido acerca de Boyhood sobressai a ideia de que é um filme sobre "a vida como ela realmente é". Mesmo que o argumento diga mais a algumas pessoas do que a outras, vê-lo é uma experiência que não pode deixar de tocar todos os que estão a crescer e todos os que já cresceram, ou melhor, que pensam que já cresceram. É que, na verdade, e suponho que esta é uma realidade comum a todos nós, apesar das mudanças físicas e ao nível psicológico, que nos acontecem e que fazemos acontecer ao longo da vida, fica sempre uma sensação de que há determinadas áreas em nós que permanecem inalteráveis nesse percurso.
E é dessas áreas que este filme se aproxima, lembrando-nos os tais momentos em que, paradoxalmente, deixámos para trás partes importantes de nós e seguimos em frente, levando-as connosco.
Entre aspas, no título, está a definição dada pelo tradutor da Google.
Curiosamente as duas imagens deste e do anterior vídeo apresentam rapazes na escola durante a infância.
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