Há também esta questão dos presentes. Dantes recebiam-se e mesmo que não gostássemos das meias, da toalha de chá, do conjunto de chávenas, lá agradecíamos e ficávamos com as coisas a pensar que, em último caso, poderíamos oferecê-las no ano seguinte a uma das tias. Agora tudo o que nos dão e não serve ou de que não gostamos temos oportunidade de trocar. Já não há qualquer pudor em dizer abertamente que não é bem aquele o tom de que gostamos ou que preferimos outro autor no caso dos livros. Além disso já não são só as embalagens a denunciar onde se compraram os artigos. Há os "talões de troca" que facilitam muito.
Mas se assim se tornam mais fáceis as trocas, de alguma forma também se desresponsabiliza quem oferece uma vez que o esforço para escolher o presente certo tende a diminuir. E o que dizer do papel que se gasta? Numa altura em que o aspecto ecológico é valorizado faz uma certa impressão que, para além do talão do multibanco e da factura (com dois papéis), haja ainda um talão de troca por cada artigo comprado.
E depois há ainda os cartões-oferta para quem não quer ter trabalho a escolher ou a pensar o que oferecer. Muitas lojas os têm. Em algumas podemos optar por diferentes modelos e é o máximo de personalização que podemos obter.
Tudo isto tem como objectivo facilitar o consumo. Mesmo assim, eu ainda tenho algumas dúvidas em relação a uns presentes que ficaram por dar...
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