quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Simpatizante "ma non troppo"

Sempre me julguei simpatizante do PS. Nestes últimos tempos percebi, no entanto, que não era simpatizante o suficiente para me inscrever como simpatizante. Da minha parte tinha todas as condições formais necessárias: sou cidadã portuguesa, tenho idade suficiente e estou inscrita no recenseamento eleitoral; não sou militante do Partido Socialista; não sou militante de qualquer outro partido político; não fui expulsa do partido; não fui reconhecida como demente, entre outras. Mas da parte do PS não estavam reunidas as condições mínimas. Entre Costa e Seguro só não se pode dizer que venha o diabo e escolha porque, provavelmente, um dos dois será, de facto, primeiro-ministro e o assunto já é demasiado do reino das trevas para pôr a personificação do mal a decidir. Confesso que Seguro tinha mais a minha simpatia porque sou das que, perante a sensação de vitória antecipada de um dos candidatos, tendem a pender para o perdedor. E o estilo "isto são favas contadas" de Costa não me agrada. Mas isso não chega para querer ver Seguro como primeiro-ministro de Portugal. Por isso esta disputa despertou-me um interesse relativo. Nem vi os debates anteriores. Mas, esta noite, lá me predispus a ouvi-los. Já me tinham falado da estranheza que é ouvir adversários tratarem-se por tu. Mas isso ainda foi o menos. O que se viu e ouviu não esclareceu absolutamente nada mesmo quem, ao contrário de mim, apresenta um grau de simpatizante suficiente para votar no domingo. As disputas de estilo e as acusações trocadas sobrepuseram-se a qualquer assunto ligado a propostas concretas que, no futuro, possam vir a ser apresentadas. Fiquei com a sensação de que, depois do debate de hoje, será muito difícil aos dois candidatos e respectivos apoiantes entenderem-se num futuro próximo. E isto tudo dentro de um mesmo partido... 
Ora, numa altura em que se questiona se estes não serão os últimos dias de Passos Coelho no Governo, mercê de uma situação que tem a ver, não com alguma medida concreta do executivo, mas com um crime que, mesmo que o seja, já não o é, e que envolve dificuldades de memória do primeiro-ministro; nesta altura, dizia, poderia ser mais fácil simpatizar com o Partido Socialista. O facto é que, com uma situação interna destas, nem com estes bombons oferecidos pela Comunicação Social, os simpatizantes serão capazes de simpatizar mais que um tanto...

2 comentários:

  1. Tinha um comentário longo e expressivo ao teu post, mas eclipsou-se ao tentar colocá-lo! Porque, na verdade, estive numa situação igualíssima à tua, e estava inclinado a abster-me. Porém, penso que vou votar. Seguro surpreendeu-me pela veemência das suas declarações. Mas fez sempre uma oposição titubeante e não assertiva. Por isso me inclinava para António Costa, mas com mais vontade de me abster por não estar a gostar de nenhum dos dois... Mas, já agora, acho pena não votar. E o facto de António Vitorino ter declarado que vota em A. Costa, decide-me finalmente, por votar nele também, em vez de me abster. E voto mesmo aqui ao lado, nos bombeiros! :))

    Abraço,
    Vasco

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    1. Olá, Vasco. Em relação a esta questão, o meu problema é não saber mesmo qual entre os dois será melhor candidato a primeiro ministro. Não tenho muitas dúvidas acerca da vitória de Costa. Ele bate o Seguro por uma grande diferença em questões que costumam pesar muito nas votações. Mas serão questões realmente importantes? Sinceramente não sei...

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