Pois é... Esta coisa de se fazerem manifestações com o intuito de os momentos-chave coincidirem com os horários dos telejornais já é um princípio que leva a alguns exageros.
Mas hoje foi demasiado. Na rádio, mas sobretudo nos canais de televisão que vi era o mesmo: longas reportagens feitas a partir do exterior da Assembleia da República com imagens que só em algumas alturas justificariam o directo. Assistimos aos comentários de jornalistas a quem, certamente, deram ordens para ali estar e que, à falta de assunto, se limitavam a repetir, repetir e repetir as mesmas palavras. Era até aflitivo ouvir as suas vozes darem relevo a factos sem qualquer interesse mas, mais que isso, sentia-se o desejo imenso que a situação evoluísse para uma invasão das escadarias pois, só assim, toda a histeria se justificaria. Aliás, chegou-se ao cúmulo, não sei se na RTP, se na TVI, de se dar a entender qual a melhor forma para o fazer. Mas não aconteceu o que teria sido o ponto alto da reportagem. Até as pessoas assistidas pelo INEM não aparentavam problemas de maior. A certa altura os manifestantes gritaram que "Só não subimos porque não queremos". Não foi, portanto, por falta de vontade dos repórteres (aliás, das repórteres) cujas vozes se foram acalmando, ganhando um tom de decepção, para o fim da reportagem.
O direito à manifestação e as causas dos polícias mereciam uma postura diferente...
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