domingo, 2 de setembro de 2012

É nisto que estou a pensar...

Os gestores dessa magnífica obra prima da humanidade que é o facebook, certamente para me agradarem para lá do imaginável, depois de me terem convidado a tomar eu a iniciativa,  resolveram publicar a minha cronologia pondo em ordem, sequencialmente, portanto, os acontecimentos históricos relevantes da minha existência partilhável. Ora tendo eu, desde muito cedo, a consciência de que me interessava registar o que me ia acontecendo ao longo do tempo (os diários e as agendas acompanharam-me durante um longo período) é com grande desconsolo que constato que, entre o meu nascimento e a actualidade poucas coisas constam, percebo que os eventos da vida estão em branco, e que não tenho capa.
Claro que tudo isso poderia ser preenchido se o tempo ou a capacidade de ultrapassar a minha enorme preguiça não me faltassem, ou se eu achasse que isso interessaria a alguém incluindo a mim própria. E claro que a questão que se coloca a seguir é: então para quê ter uma conta? Pois, eu pergunto o mesmo, pois  ainda não criei, com o facebook, qualquer relação interessante.
Mas sair da rede significa deixar de ter acesso a parte das vidas dos outros, o que gostam de ver, de ouvir, de ler, o que não gostam, onde estão, onde querem ir, se estão mais melancólicos ou se estão felizes, por razões que vamos percebendo através  do que escrevem em rectângulos, mesmo que tudo isso não corresponda ao que são quando saem da frente do computador. Então e estar meramente no papel de observador, dando muito pouco em troca, não é, de alguma forma, injusto? Pois...
Bem, vou acrescentar qualquer coisinha ao meu perfil. É assim que se diz? 

6 comentários:

  1. Prezada Ana, há muito deixei de querer ter conta no Facebook, primeiro porque acredito que a vida não é uma página e sim um livro e colocar tudo nessa página é entregar o jogo ao rival. Como diria uma amiga, vivemos numa "arena belicosa" e o facebook é essa arena.`Por isso que gosto do (blogue), faz pensarmos, revermos o texto, analisarmos o escrito. Creio que Carlos Castañeda teria uma síncope se visse sua vida em uma página da internet. Se conseho fosse bom, a gente não dava, vendia. Creio que você não deve acrescentar nada ao seu perfil. A imaginação e o místério fazem parte da vida e o Facebook está querendo acabar com isso! Ave,César!

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    1. Olá, Patrícia. Compreendo o que diz. Há determinadas características do facebook das quais não gosto. Mas parece-me que a sua utilização depende, sobretudo, da personalidade de cada um. Eu também acho mais interessante a perspectiva do blogue. Mas, sabe, eu acho que muitas das pessoas que não conviveram, no seu tempo, com estas redes se tivessem podido teriam a sua página. :)

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  2. Eu só tenho página para ter acesso a informações de espectáculos culturais e recreativos e afins. mas tenho um ódio de estimação ao FB, sem dúvida. Só me juntei, porque infelizmente nos dias de hoje quase que te obrigam a ter conta no FB...
    Agora essa de ir procurar "amigos" que conhecemos há 10, 20 ou 30 anos e agora nos deu uma de ver o que é feito daquelas pessoas depois de tanto tempo sem o mínimo contacto com elas, isso não é coisa para mim - não sou dada a essas nostalgias/revivalismos.
    Novas amizades? Baseadas em quê? em "likes" - ora essa tb não me convence...
    blogues, SIM! E tu continua com estes teus "dias imperfeitos" que muitas vezes tornam os meus mais agradáveis :-)

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    1. Obrigada, Maria. Eu quero continuar mas os dias são mesmo muito pequenos. Imperfeitos, portanto... :)
      Tens razão quando dizes que quase nos obrigam a ter conta no FB. Aliás, em certos meios profissionais, isso é quase uma condição e o número e "qualidade" dos amigos são até analisados na altura de recrutar pessoas para empregos.
      De resto, bem, o saber das pessoas que se conhecia há algum tempo atrás é interessante para quem é mais dado a nostalgias, como dizes. Há coisas bem mais complicadas que acontecem devido à existência do FB. Eu prefiro, sem dúvida, os blogues e a hipótese de sermos outros, ou sermos mais nós próprios... :)

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  3. Conselhos? quem quer dá-los, dá-los e por isso mesmo valem o que valem. Estou de pleno acordo com as duas seguidoras do teu blogue, esse sim, vale a pena. O FB é para esquecer.

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