sábado, 1 de setembro de 2012

E se nos tivéssemos conhecido aos 14?

Contam-nos o final logo no princípio do filme. Mas a verdade é que não faz mal. Na realidade, na maior parte das vezes, sabemos como vão acabar certas histórias. É o que está no meio que faz a diferença.
Aqui a diferença está num livro que se finge ter lido, mesmo que marque o corpo, lembrando a sua ausência; num romance que se começa por transcrever mas que se acaba escrevendo e cuja ficção está, não na história em si, mas no acto de escrever; no medo do fracasso na literatura e na vida; na leitura de histórias antes de adormecer, para tentar tornar permanente o que sabemos que desaparecerá; na venda de livros, para comprar e cuidar de um bonsai, numa tentativa de manter algo que já não existe.



Alguns pormenores deste filme de que gostei: as t-shirts dos Ramones, a seta que indica a personagem principal numa cena numa rua movimentada, a leitura de um manual de instruções em inglês, a conversa sobre o latim, a cena da imobilização no passeio, o silêncio absoluto durante a viagem de táxi.

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