Da janela aberta para a rua conseguimos vê-la. Nas suas manobras executa uma dança que vai deixando algumas paredes e os tectos destruídos. O estuque vai caindo. As madeiras vão aparecendo. Estranha-se uma máquina destas numa casa que faz parte dum edifício de mais de 5 andares no centro da cidade. Estranha-se a decoração dos tectos a ser arrasada. Estranha-se. Não é por acaso que, cá fora, tanta gente se põe em bicos de pés para ver para dentro daquele rés do chão alto.
Mas será que lhes interessa o que se passa lá dentro, de facto? Se questionam da legitimidade da destruição de mais um interior de edifício oitocentista? Acho que nos limitamos a olhar, passivamente, para a destruição de uma cidade que ficará, cada vez mais, uma sombra de si mesma. Helas.
ResponderEliminarSuponho que haverá quem se questione. Mas o que fazer? Provavelmente será uma obra licenciada pela câmara. A cidade vai deixando de ser ela própria, sem dúvida.
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