Estava para aqui sentada e via na televisão o Bruce Springsteen, no Rock in Rio. Não pude deixar de pensar em quantos operários, trabalhadores precários, desempregados e outros, de quem tanto fala nas suas canções, estariam presentes.
Uma coisa que reflicto é que a política é uma espécie de pastorícia da população num território. A liberdade de cada alma se mover como lhe apraza é forçosamente condicionada pela própria população, o ambiente e a inteligência do pastor e do pastoreio. Não é verdade que os direitos universais do homem possam exercer-se na omissão abstracta da existência da pluralidade de sociedades humanas politicamente governadas na dispersão do território do planeta. Cumprindo a cada vivente justamente preservar-se enquanto ser vivo, e logo, alimentar-se, defender-se e lutar, por si e pelos seus, mesmo contra os seus semelhantes, sendo o caso disso, i.e., se a cooperação for menos conveniente do que a competição; o mesmo impulso, - preservar em vida -, impele a população a sujeitar-se ou rebelar-se contra a autoridade política, consoante a vantagem ou desvantagem de um ou doutro comportamento colectivo. Pelo que, todo e qualquer governo que se queira inteligente e competente, tem de estar consciente do poder de desobediência civil de que nunca a população abdica por inteiro, por muito que possa parecer submissa e nada revolucionária. Depois da queda do governo de Sócrates, quando os bancos lhe foram comunicar que não conseguiam obter mais empréstimos no estrangeiro, o governo de Passos Coelho está agora informado pelos construtores civis que se não houver mais trabalho, terão de despedir mais cento e quarenta mil trabalhadores, i.e., elevando os desempregados de quinze para vinte por cento da população em idade activa! Perfila-se assim um negro prospecto em Portugal de que só vejo solução independente com trabalho pago contra comida, e pistola disparada contra os apanhados a enriquecer à custa alheia. É inadmissível o discurso político vácuo, sem o exemplo da seriedade prática, com a justiça comprovada na repressão dos ladrões de rendas e rendimentos indevidos e, verdadeiramente, expropriáveis por interesse colectivo.
Um verdadeiro manifesto, Vasco... Mesmo compreendendo a ideia, não gosto muito da imagem da "pastorícia da população". Mas tens razão: mesmo estando latente, as pessoas têm uma noção clara das injustiças. E se as desigualdades gritantes ferem bastante elas podem resultar em situações complicadas. E aí não há paciência que valha...
Uma coisa que reflicto é que a política é uma espécie de pastorícia da população num território. A liberdade de cada alma se mover como lhe apraza é forçosamente condicionada pela própria população, o ambiente e a inteligência do pastor e do pastoreio. Não é verdade que os direitos universais do homem possam exercer-se na omissão abstracta da existência da pluralidade de sociedades humanas politicamente governadas na dispersão do território do planeta. Cumprindo a cada vivente justamente preservar-se enquanto ser vivo, e logo, alimentar-se, defender-se e lutar, por si e pelos seus, mesmo contra os seus semelhantes, sendo o caso disso, i.e., se a cooperação for menos conveniente do que a competição; o mesmo impulso, - preservar em vida -, impele a população a sujeitar-se ou rebelar-se contra a autoridade política, consoante a vantagem ou desvantagem de um ou doutro comportamento colectivo. Pelo que, todo e qualquer governo que se queira inteligente e competente, tem de estar consciente do poder de desobediência civil de que nunca a população abdica por inteiro, por muito que possa parecer submissa e nada revolucionária. Depois da queda do governo de Sócrates, quando os bancos lhe foram comunicar que não conseguiam obter mais empréstimos no estrangeiro, o governo de Passos Coelho está agora informado pelos construtores civis que se não houver mais trabalho, terão de despedir mais cento e quarenta mil trabalhadores, i.e., elevando os desempregados de quinze para vinte por cento da população em idade activa! Perfila-se assim um negro prospecto em Portugal de que só vejo solução independente com trabalho pago contra comida, e pistola disparada contra os apanhados a enriquecer à custa alheia. É inadmissível o discurso político vácuo, sem o exemplo da seriedade prática, com a justiça comprovada na repressão dos ladrões de rendas e rendimentos indevidos e, verdadeiramente, expropriáveis por interesse colectivo.
ResponderEliminarUm verdadeiro manifesto, Vasco... Mesmo compreendendo a ideia, não gosto muito da imagem da "pastorícia da população". Mas tens razão: mesmo estando latente, as pessoas têm uma noção clara das injustiças. E se as desigualdades gritantes ferem bastante elas podem resultar em situações complicadas. E aí não há paciência que valha...
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