De um dos lados um grande carro preto, não reparei na marca, brilhava de tão limpo. Do outro lado, um outro carro, este cinzento, gritava: "vá, admirem-me!". No entanto era ela que atraía todos os olhares. Tinham-na amarrado ao poste de um sinal de trânsito. Permanecia ali, altiva, resistente. Estava pintada de um cor-de-rosa forte. Assente na parte de trás, uma caixa de madeira, das que se usam normalmente para a fruta. Estava vazia. Mas não era difícil imaginá-la cheia de cor.
Parece-me que o nosso olhar se começa a cansar do cinzentismo tecnocrata que pretende impor respeitabilidade, sucesso, admiração, seja na cor dos carros, seja na roupa ou em tudo. Queremos cor, alegria, e, sobretudo, a imaginação de novo ao poder.
ResponderEliminarÉ que não temos mesmo outro remédio! :)
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