quinta-feira, 17 de março de 2011

Um crescendo de tristeza

Começa na Primavera, este ano.  Um ano a mais, diferente do anterior e portanto igual, nessa diferença, aos precedentes. Na casa de Tom e Gerri a harmonia prolonga-se ao longo das quatro estações. Mesmo quando, no Inverno, a morte se manifesta. É nessa casa que os seus amigos e familiares, buscam um porto de abrigo, esperando ansiosamente um toque daquela felicidade que parece ser colhida juntamente com os produtos da horta.
Mas aquilo que vão aprender ao longo dessas quatro estações é que não são os outros, mesmo que felizes, que nos salvam da nossa condição de velhos, gordos, sós. Isso só nós próprios conseguiremos fazer. Porém, que pena que isso seja tão difícil. E esta é uma das razões porque este filme é triste. Porque sabemos da nossa incapacidade, da nossa impotência, ou pelo menos das nossas dificuldades para sermos diferentes. Mesmo que num outro ano.

(Aplauso, entre outras razões, para a interpretação de Lesley Manville, como Mary).

4 comentários:

  1. Concordo que é um filme triste, mas muito bem
    feito e muito bem interpretado. São histórias
    de solidão, tantas vezes ignoradas por quem
    está perto.
    Mike Leigh faz com este filme, quase uma obra
    prima. Felizmente para nós.
    M.Júlia

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  2. Sem dúvida, M. Júlia. Acho que não se chega a perceber que eu gostei muito do filme. :)

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  3. Tentarei ir ver, já vi que em matéria de cinema, por aqui não se brinca...;))

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  4. :) Se quiseres ver é melhor despachares-te porque a semana passada já só estava num cinema.

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