quinta-feira, 24 de março de 2011

A dias

Todos os dias me cruzo com ela. De manhã, na estação de comboios de onde sai e onde eu entro; à tarde, mais raramente, ambas em sentido contrário. O seu ar é sempre o mesmo. Sofrido. Transporta o corpo, enorme, para onde o seu trabalho é esperado, longe da sua casa, onde às horas que chega já não terá tempo para fazer o mesmo que fez o dia inteiro na casa de outros.

2 comentários:

  1. Curioso como podemos "saber" instintivamente, quase tudo sobre a vida de uma pessoa com quem nos cruzamos diariamente... vidas difíceis espelhadas no corpo, no rosto, nos movimentos, nos suspiros...:)Beijinho

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  2. Pessoas, a quem a vida passa ao lado e elas nem notam. Vidas difíceis, sofridas.

    Bonito texto, que diz tanto, em tão poucas palavras...

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