Ser moderno será talvez isto: 99 anos depois da sua morte criar em quem olha as suas obras uma enorme emoção. Foi o que senti hoje ao visitar a exposição que pretende revisitar as exposições individuais que aconteceram no Porto e em Lisboa em 1916.
Percebemos que Amadeo estava consciente, na altura, da dificuldade de a sua pintura ser compreendida. De facto, muito se falou sobre ela e nem sempre bem. Mas isso até convinha a quem queria avançar e ir além das convenções e gostos da época.
De diversos suportes e técnicas, de temas variados, de muitas cores e texturas se faz a obra deste artista. Vê-la é sempre um prazer.
Destaco este auto-retrato do artista com paisagem. É quase hipnotizante na sua capacidade de nos mostrar, simultaneamente, a sua pequenez e a sua grandeza. O seu apego à terra e ao seu país, tão presente nas temáticas que aborda, e a sua singularidade dentro dessa paisagem.
Apesar da dimensão reduzida de algumas salas onde está a exposição, valeu bem a pena esperar tanto tempo numa fila. Este domingo é o último dia para a ver. Pouco mais de um mês é manifestamente tempo insuficiente para tão grande artista.
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