À excepção das primeiras horas da manhã, aquele é sempre o seu lugar. É certo que dificulta a passagem quando, vindos do lado direito da rua, queremos aceder às escadas de entrada no metro. Mas já se estranha a sua ausência se ele ali não está. A sua cegueira não lhe permite ver as caras de repugnância com que muitos, que por ele passam, reagem à sua presença. Numa das mãos está sempre um pequeno rádio a pilhas. Esse pequeno aparelho parece agarrá-lo à vida com a mesma força com que ele o agarra.
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