Tinha já anoitecido. Àquela
hora as pessoas caminhavam depressa pelos passeios. Também eu fazia o mesmo. Subitamente um ponto de luz que se move chama-me a atenção. E depois outro. Eram pequenas bolas de sabão. Saíam de um daqueles frasquinhos cuja tampa as permite modelar, soprando. Quem se apercebia parava e acompanhava-as, com o olhar, até se desfazerem no chão. A rapariga também avançava pelo passeio. Mas um pouco mais devagar. Era ela que soprava. Tinha um sorriso nos lábios enquanto o fazia. Parecia contente consigo mesma. Como se distribuísse felicidade, consciente do poder de simples bolas de sabão.
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